Vila Verde: Bombeiro acusa ajudante do Comando



Um bombeiro voluntário da corporação de Vila Verde acusa o ajudante do Comando, Manuel Silva ‘Pousada’, de «usar a Instituição em benefício próprio». O caso, que já chegou às mãos da direcção e do comando distrital, reporta-se a um serviço de ‘cangalheiro’ realizado no dia 21 de Maio último e encontra-se em destaque na edição desta semana do quinzenário ‘Terras do Homem’, nas bancas a partir de hoje.

Joaquim Costa, o bombeiro em causa, relata, em carta enviada ao presidente da direcção, que «no passado dia 21/05/2006, o Sr. Ajudante do Comando, Sr. Silva, mandou um motorista, que estava de serviço a esta nobre e prestigiada Instituição, fazer um trabalho particular para benefício directo do dito Sr. Ajudante, serviço esse que tinha a ver com serviço de ‘cangalheiro’».

Sabendo que o acusado, Manuel Silva ‘Pousada’, é proprietário de uma Agência Funerária, com sede em Gême-Vila Verde, Joaquim Costa vinca tratar-se de uma «decisão grave». Acrescenta que «nada dignifica a Instituição, bem como é uma falta de respeito por todos os voluntários desta casa». Assinala, igualmente, que «contraria qualquer Lei Laboral».

O acusador vinca estar certo da sua acusação. «Não me sentindo bem com o que estava a assistir – ou melhor, não acreditando em tal acto –, por volta das 18h15, questionei o 2º Comandante sobre o assunto e por ele foi-me dito peremptoriamente que não tinha qualquer conhecimento da situação, bem como não tinha autorizado o referido motorista a ausentar-se do serviço em horário de trabalho para prestar serviços particulares».

Mais indignado ficou o referido bombeiro, ao constatar que, «no dia 22/05/2006, o Sr. Adjunto de Comando disse ao 2º Comandante que assumia toda a responsabilidade pelo acto praticado. Eu pergunto: Que tipo de responsabilidade vai assumir se o vergonhoso acto está consumado?».

Joaquim Costa assume, indirectamente, que as suas acusações são motivadas por divergências com Manuel Silva ‘Pousada’. Conta que «há mais de três meses, tinha eu acabado de fazer um serviço com o adjunto Sousa; estacionamos a viatura no quartel e, como mandam as normas, procedi à limpeza da viatura. Para meu espanto, o Sr. Ajudante Silva, sem qualquer atitude da minha parte que o justificasse, dirigiu-se a mim em tons agressivos e insultuosos». E prossegue o relato: «após todo este tratamento vergonhoso por parte do Sr. Adjunto Silva – o qual não é digno de vestir a farda da nossa instituição – assumo que fiquei indignado e lhe chamei ‘cobarde’».

O caso é exposto na mesma carta dirigida ao presidente da direcção dos bombeiros de Vila Verde, Carlos Braga, a quem Joaquim Costa se mostra «triste e revoltado». Vinca mesmo que «uma Instituição onde deve existir paz, tranquilidade, fraternidade e, acima de tudo, união, hajam pessoas a espalhar o mal-estar, mentira e o aproveitamento pessoal». Sublinha que «é e será a pior acção jamais praticada por alguém que se diz ser bombeiro voluntário».
Termina pedindo a Carlos Braga que não deixe passar o caso «em branco» e que a sua exposição seja analisada em reunião de direcção e comando.

As queixas formuladas por Joaquim Costa foram analisadas em reunião de direcção do dia 27 de Junho. Aquela decidiu, «por unanimidade», arquivar a queixa apresentada, sob o argumento de que «não se apuraram situações passíveis que lesassem os interesses desta Associação. Pelo contrário, a assídua presença durante as Cerimónias do Adjunto Silva, por imperiosa, reuniu e mereceu o consenso de elogios que lhe foram dirigidos por todas as entidades presentes».

Na resposta à exposição de Joaquim Costa, a Direcção esclarece que «na ausência de qualquer superior, que era o caso no momento em que a ordem foi dada, o Comando do Quartel era da inteira competência e responsabilidade do Ajunto Silva». Na mesma resposta da Direcção, pode ler-se que «a ordem por ele transmitida (…) é da sua inteira responsabilidade, não cabendo a esta Direcção imiscuir-se ou pronunciar-se sobre os assuntos ou ordens do Comando». Esclarece, ainda, que «o Adjunto Silva tinha à sua responsabilidade toda a organização dos festejos do aniversário, tornando-se imprescindível a sua contínua presença no quartel».

Esta posição da direcção não convence Joaquim Costa, que continua a afirmar que «o caso é muito grave». Por isso, garante que vai «até às últimas consequências».

Contudo, lamenta que a direcção não tenha realizado a reunião que solicitou e pede desculpas aos companheiros por esta situação confrangedora.

Instado a comentar o caso, o Adjunto Manuel Silva ‘Pousada’ disse que nada tinha a responder, o mesmo sucedendo com o Comandante, Arlindo Lago e Sousa, que prefere adiar uma posição «para mais tarde».
O caso vai, agora, seguir para o Comandante Distrital, Hercílio Campos. Fonte Voz do Neiva por Carlos Silva

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