O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que os comunistas não defendem a demissão do Governo, mas sim «que abandone as políticas de direita», numa alusão às declarações do líder do Executivo madeirense.
Questionado pelos jornalistas sobre declarações do presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, que sábado defendeu a demissão do Governo pelo Presidente da República, o dirigente do PCP disse tratar-se de «mais uma jardinada», sublinhando que «em Portugal não há nenhum problema entre instituições, há apenas problemas políticos».
Jerónimo Sousa falava no final de um convívio de militantes e simpatizantes do partido - que juntou 200 pessoas - realizado em Soutelo, Vila Verde.
O responsável do PCP defendeu que «o país precisa, isso sim, que o PS abandone a política de direita que vem seguindo, em prol dos grandes senhores do dinheiro, dos grupos económicos e do grande capital».
Jerónimo havia acusado o Governo, na sua alocução aos militantes, de «estar a fazer políticas que a direita não faria porque não teria condições político-sociais para isso».
Acerca da transferência do ministro da Defesa, Luís Amado, para a pasta dos Negócios Estrangeiros, Jerónimo Sousa disse temer «o alinhamento de Portugal com posições belicistas, particularmente com as dos Estados Unidos».
Acusou o ainda ministro da Defesa de «ter seguido uma linha política próxima da da NATO e da União Europeia» e elogiou - ainda que indirectamente - a acção de Freitas do Amaral à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
«Não nos cabe a nós fazer qualquer defesa de Freitas do Amaral, mas a verdade é que, com ele, havia uma certa perspectiva de defesa do Direito Internacional», afirmou.
Lembrou que se vive «uma situação complexa em termos internacionais, com as situações de Timor-Leste e da Palestina», reafirmando o «temor» dos comunistas numa futura orientação da política externa mais pró-americana.
Questionado sobre a eventual necessidade de uma remodelação mais profunda do Governo, o líder do PCP afirmou que «não é peça a peça que se muda a política governamental» e defendeu «mudanças que conduzam a uma política de defesa dos direitos dos trabalhadores e da produção nacional». Fonte Diário Digital / Lusa
0 comentários:
Enviar um comentário