Braga: Marques Mendes acusa Governo de fragilizar a Polícia Judiciária



O líder do PSD, Luís Marques Mendes acusou sábado o Governo de «fragilizar a Polícia Judiciária» e de «ser incapaz de pôr ordem na casa» no conflito que opõe dois ministros por causa do assunto.

«Esperava-se que o Governo tivesse uma política de apoio a quem combate a criminalidade e os criminosos, mas é o contrário disso que está a acontecer», afirmou o presidente social-democrata em Braga.

Mendes acusou o primeiro-ministro, José Sócrates, de «não actuar no conflito entre dois ministros» - o titular da Justiça, Alberto Costa, e o da Administração Interna, António Costa - contribuindo, assim, para «minar a autoridade do Estado».

O presidente do PSD referia-se a um alegado conflito entre os dois governantes, noticiado na imprensa, sobre a possibilidade da transferência do pelouro das relações com as polícias de investigação internacionais da tutela da Justiça para Administração Interna.

O dirigente partidário falava num restaurante de Braga perante 300 militantes do distrito, a quem apresentou a sua candidatura à liderança nas eleições directas previstas para Maio.

No acto participaram o mandatário distrital, o autarca de Vila Verde, José Manuel Fernandes, o presidente da Distrital, Virgílio Costa, o eurodeputado Silva Peneda, e vários deputados, autarcas e dirigentes de todas as secções concelhias.

Na sua intervenção, Marques Mendes acusou o chefe do Governo de querer «colocar a PJ sobre dependência partidária e governamental» e de deixar que um assunto de tão grande importância para a credibilidade do Estado «se arraste durante uma semana na praça pública».

«Este Governo começou por criar instabilidade na Justiça e, em especial nas magistraturas, e agora quer fazer o mesmo na Polícia Judiciária, esvaziando-a de meios operacionais e de competências ao pôr sob a sua alçada directa e total as ligações à Interpol e à Europol«, acentuou.

O líder do PSD disse ainda que »o Governo parece incomodar-se por ver a Polícia Judiciária a investigar certos crimes, quando deveria incentivar a sua acção em busca dos criminosos e criar condições para o seu aprofundamento«.

Considerou »inaceitável« o estrangulamento financeiro a que a PJ foi votada pelo Orçamento de Estado, considerando que »em vez do apoio ao combate ao crime, o país assiste a um conflito diário e público entre os ministros da Justiça e da Administração Interna, ante a indiferença do primeiro-ministro«.

Para além do tema da justiça, Marques Mendes acusou, ainda, o Governo de apostar na propaganda, tentando esconder »a descida do desemprego e a queda do crescimento da economia, verificados em 2005«.

«A verdade é que, em 2004, a economia cresceu 1,1 por cento e em 2005 cresceu 0,3», referiu, frisando que o défice do Produto Interno Bruto (PIB) também subiu, apesar de um gravoso aumento de impostos, que o desemprego subiu de 7,1 para oito por cento, e o investimento também desceu«. Fonte Diário Digital / Lusa

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