Valença: Crime violento, Idosa morta à facada


Uma mulher de 88 anos foi ontem encontrada morta com duas facas espetadas no pescoço, no interior da sua residência em Cristelo Covo, Valença. O homicídio, com contornos macabros, poderá ter ocorrido há três semanas.

O corpo da vítima – Maria da Conceição Martins Fernandes – estava deitado de costas, no chão da cozinha, com vestuário normal do dia-a-dia e com duas facas pequenas, com cabo de madeira, espetadas no pescoço: uma do lado direito e outra do lado esquerdo.

Depois de várias tentativas de contacto por telefone sem sucesso, familiares residentes em Vila Nova de Gaia – genro e neta – foram ontem à casa onde a vítima vivia sozinha. Não vislumbraram qualquer reacção aos chamamentos efectuados e depararam com portas e janelas fechadas. Optaram por pedir ajuda aos Bombeiros de Valença, que solicitaram o acompanhamento da GNR.

Por volta das 12h30, os Bombeiros partiram um vidro da porta principal de acesso e entraram na habitação, situada no Lugar de Tróias. “Não havia muito sangue nem cheiro que indiciasse decomposição, apesar dos vizinhos garantirem que já há semanas que não a viam”, descreveu fonte dos Bombeiros, que – depois de efectuadas as análises ao local pelos investigadores da Polícia Judiciária de Braga – transportaram o corpo da vítima para a morgue do Centro Hospitalar do Alto Minho.

O roubo de dinheiro terá sido o móbil do crime, conforme reconheceram ontem vários populares e vizinhos, que andavam intrigados por, há já muitos dias, não terem quaisquer sinais da mulher, que foi proprietária de uma pastelaria e que, depois de reformada, vivia numa casa alugada, por cima de uma oficina de escapes e junto à EN13, que liga Valença a Viana do Castelo.

COMUNIDADE CHOCADA

As circunstâncias da morte de Maria da Conceição deixaram a população de Cristelo Covo chocada e estupefacta. O caso volta a trazer à memória o assassinato ocorrido há sete anos, a mais de 60 quilómetros de distância: três idosas mortas à picareta, na sua casa em Coucieiro, Vila Verde. A PJ nunca conseguiu identificar os autores do macabro crime, que ontem foi recordado por vários populares. “É horrível fazerem coisas destas a alguém com tanta idade e que já nem oferece resistência”, lamentou António Martins, funcionário num armazém vizinho da casa de Conceição, sublinhando que ninguém se apercebeu que “algo de estranho ou tão horrível pudesse ter ali ocorrido”. O mesmo reconheceu o arrendatário da habitação, Manuel Alves, que lembrou que Maria da Conceição “era muito certinha a deixar o dinheiro da renda no dia 8 de cada mês, só que desta vez isso não aconteceu. Não fiquei preocupado, mas estranhei. Já andava para lá ir há vários dias, para ver o que passava, mas alguém foi lá primeiro e encontrou aquele cenário brutal”. Fonte Correia da Manhã por Mário Fernandes

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