Minho: Cadastrado esfaqueou idoso e agrediu companheira em Braga, este já tinha sido condenado em 1994 em Vila Verde

Tribunal de Vila Verde



O Ministério Público pediu ontem a condenação de um cadastrado, de 61 anos, acusado de quatro crimes praticados numa residência desta cidade, um dos quais de homicídio, na forma tentada.
Por causa de uma mulher, também ela ofendida por agressão, esfaqueou um idoso e fugiu.
Aquando da primeira audiência de julgamento, a 10 de Novembro último, o arguido Joaquim M., actualmente preso e com um vasto currículo criminal, negou ao colectivo da Instância Central do Tribunal ter esfaqueado o idoso residente num apartamento da Rua José Inácio Peixoto, alegadamente, a sua ex-companheira prestava serviço de limpeza.
Aliás, também ela foi vítima de agressão do arguido no dia e hora dos factos, segundo a acusação.
'Não vi homem nenhum', respondeu ele ao colectivo presidido pela juíza Luísa Alvoeiro, quando a magistrada o confrontou com a acusação do Ministério Público (MP).

Com várias condenações anteriores no currículo, duas das quais por homicídio na forma tentada, aplicadas pelo Tribunal Judicial de Vila Verde em 1994 (4 anos de prisão) e em 2001 (10 anos de prisão), Joaquim M. foi agora julgado na ex-Vara Mista de Braga acusado de quatro crimes: ofensa à integridade física simples, homicídio na forma tentada, furto e dano, todos cometidos naquela residência, a 27 de Agosto de 2013.
Segundo a acusação, por volta das 11.20 horas desse dia, o arguido deslocou-se à residência onde a mulher que fora sua namorada durante mês e meio, prestava serviço de limpeza aos respectivos arrendatários. Foi ali que ele a agarrou pelas costas, arrastando-a para um dos quartos, desferindo-lhe murros e pontapés na zona do tórax e nos mem bros inferiores e superiores do corpo.

Um dos arrendatários, ao ouvir o barulho, socorreu a vítima, tendo o arguido empunhado uma navalha de enxertia e lhe desferiu um golpe no pescoço, outro no lado esquerdo do tronco e no abdómen. Voltou então para a mulher, agarrou-a pelos cabelos, arrastou-a para a cozinha e apoderou-se do telemóvel dela, espetando-lhe a navalha na coxa direita. Fugiu com o telemóvel, derrubando um vaso do ofendido, no corredor. As lesões sofridas pelo ofendido só não lhe causaram a morte porque houve uma rápida intervenção médica.
Defendido oficiosamente pelo advogado Hélder G. Oliveira, o arguido admitiu, à juíza Luísa Alvoeiro e à procuradora do MP, os murros e pontapés à ofendida.  Negou, porém, as agressões ao ofendido: 'não vi homem nenhum',disse. E quanto ao vaso: 'se o parti, foi sem querer', acrescentou. O telemóvel era seu e escondeu-o com a navalha debaixo de uma ponte. Pagava 60 euros à ofendida para estar com ela referiu ainda.

No julgamento, o idoso Fernando esclareceu que a mulher não fazia limpezas lá em casa. Ia lá visitar o novo namorado, ocupante de um dos quartos da casa. O vaso era antigo, valia 900 euros, pagara-o a prestações, há décadas. Ouvida a ofendida Anabela na terceira sessão do julgamento, a procuradora do M.P. alegou ontem no sentido da condenação do arguido. 
Para o advogado de defesa, o arguido, que na altura estava 'alterado' e 'irado' com a ofendida, não teve intenção de matar o idoso. Considerou não ter sido provado o valor do vaso, e 'erráticas' as declarações da ofendida Anabela. A decisão do colectivo está agendada para o dia 9 de Dezembro próximo.

Fonte Correio do Minho por Luís Fernandes

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