Mundo: Austrália lidera ranking da qualidade de vida. Portugal está entre os 10 piores

Sydney - Austrália

A crise económica mundial teve um profundo impacto no sentimento de bem estar das pessoas, em aspetos que vão muito além da perda de empregos e de rendimentos, tendo sido afetada a satisfação pessoal dos cidadãos e a sua confiança nos governos. A conclusão é do mais recente estudo da OCDE, “How's Life?”, que avaliou o sentimento de bem estar dos 34 países da organização e, ainda, do Brasil e da Rússia, analisando as condições materiais e a qualidade de vida das populações. Portugal está entre os 10 países com menor qualidade de vida, atrás da Coreia, Eslováquia ou Polónia.
O ranking da qualidade de vida por país é liderado pela Austrália, mas o top 10 é dominado pela Europa. À Austrália, seguem-se Suécia, Canadá, Noruega, Suíça, Estados Unidos, Dinamarca, Países Baixos, Islândia e Reino Unido. O último lugar da lista é ocupado pela Turquia, seguida do México, Chile, Brasil, Rússia, Estónia, Grécia, Hungria, Portugal, Coreia.
O estudo da OCDE assenta em quatro pilares essenciais: a evolução do bem-estar durante a crise económica e financeira; as diferenças de género no bem-estar; o bem-estar no local de trabalho; a medição e sustentabilidade do bem-estar ao longo do tempo. A organização dá conta de que o sentimento de bem estar deteriorou-se nos países mais afetados pela crise. Entre 2007 e 2012, a satisfação pessoal das populações caiu mais de 20% na Grécia, 12% em Espanha e 10% em Itália. Por outro lado, registou-se um ligeiro crescimento da satisfação na Alemanha, Israel, Rússia e Suécia.
Os países da zona euro mais afetados pela crise perderam também a confiança nos seus governos e instituições. Segundo a OCDE, a percentagem de pessoas nestes países que afirma ter confiança no seu governo caiu 10 pontos percentuais entre 2007 e 2012. No conjunto da organização, apenas 40% da população inquirida confia nos seus governantes, número que representa o valor mais baixo desde 2006.
O trabalho tem igualmente grande influência na qualidade de vida. Na Europa, 50% das pessoas que estão sujeitas a más condições e relações de trabalho afirmam que o seu emprego afeta a sua saúde, comparativamente com apenas 15% que vivem boas condições de trabalham mas, ainda assim, dizem ver a sua saúde afetada.
O relatório destaca ainda que a desigualdade de géneros favorável aos homens tem vindo a diminuir, mas não desapareceu. As mulheres continuam a ter rendimentos inferiores, mas a medição do bem-estar com base no género revela um retrato mais complexo. Hoje, as mulheres têm mais sucesso escolar que os homens, embora, mais tarde, continuem a ter pouca representação em áreas que proporcionam melhores oportunidades de trabalho.

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