A abertura do ano escutista juntou ontem mais de oito mil escuteiros no centro de Vila Verde. Oriundos de vários agrupamentos da Região de Braga, os escuteiros foram desafiados a ser “os santos do século XXI que João Paulo II tanto queria”.
Reunidos na Praça de Santo António, em pleno coração da vila minhota, os oito mil escuteiros de todas as idades assistiram à missa campal presidida pelo padre Luís Marinho, assistente nacional proposto. À celebração assistiram ainda diversas entidades convidadas, destacando-se a presença do presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, António Vilela, e do director regional do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), o vilaverdense Manuel Barros.
Mantendo-se uma tradição dos últimos anos, a chuva acabou por se fazer sentir, precisamente na altura em que os escuteiros comungavam. Não foi, porém, o suficiente para afugentar os escuteiros que tinham planeado um dia recheado de actividades.
Ivo Faria, chefe regional de Braga do Corpo Nacional de Escutas (CNE), afirmou que se inscreveram nesta actividade “cerca de oito mil escuteiros, oriundos dos mais diversos pontos da região”, o que representou “uma adesão normal para as expectativas”. “Aos que se inscreveram acabam sempre por juntar-se mais alguns que aparecem à última hora. Esta actividade reúne todos os anos mais de metade dos escuteiros da região de Braga. Somos cerca de 15 mil na região, pelo que aqui estarão entre oito a nove mil”, afirmou aos jornalistas.
O chefe regional destacou ainda que a abertura do ano escutista decorre sempre num local diferente. “Este ano damos por concluído o trajecto de todos os núcleos, pois só nos faltava Vila Verde. Para o ano estaremos em Vila Nova de Famalicão”, avançou o responsável.
Sobre a actividade em concreto, Ivo Faria realçou que este dia é um momento que serve para lançar o tema que os escuteiros vão trabalhar ao longo do próximo ano. “Este é o ano em que vamos caminhar com João Paulo II. Quando há três anos o CNE escolheu este modelo de vida para ser o nosso companheiro de viagem estava longe de saber que ele ia ser canonizado no ano em que caminhamos com ele”, realçou o responsável.
Deste encontro regional, os escuteiros levaram um apelo, um desafio para que correspondam a João Paulo II. “É importante que o escuteiro não tenha medo de sair, de ir à rua, de estar com os outros, de ser o santo do século XXI, o santo que João Paulo II queria que os jovens fossem, o santo que não usa capa e batina, mas sim jeans e sapatilhas, que gosta de comer hambúrguer, de dançar e de se divertir com os amigos. É esse o santo que n ão queremos que os escuteiros tenham medo de ser”, especificou Ivo Faria.
Mas o chefe regional quer mais. No ano em que a Diocese vive “a fé celebrada”, a junta regional quer que os escuteiros vivam a sua fé nas actividades escutistas. “É importante que sejamos capazes de envolver nas nossas actividades as pessoas da comunidade onde estamos inseridos, convidando pais e amigos a estarem nas nossas celebrações. Também queremos incentivar os escuteiros a participarem mais no ministério da igreja, seja a cantar animando as celebrações com os coros, participando como acólitos, decorando altares, ajudando a que as celebrações das igrejas sejam participadas pelos jovens”, afirmou.
O desafio estende-se ainda à participação nas romarias, que a junta regional quer ver intensificada. “Queremos que os escuteiros se insiram cada vez mais nessas romarias participando nas procissões, como já fazem, mas também animando a festa, e envolvendo todos na sua dimensão religiosa”, rematou Ivo Faria.
Município disponível para apoiar escutismo
António Vilela garantiu ontem que o Município de Vila Verde estará sempre disponível para apoiar o escutismo, “Um movimento que ajuda na formação dos nossos jovens”. O presidente da câmara municipal falava no decorrer de uma breve cerimónia que serviu para troca de cumprimentos entre os responsáveis da Junta Regional de Braga do CNE e da autarquia vilaverdense.
No edifício da câmara, António Vilela reconheceu o bom trabalho que o escutismo tem desenvolvido na formação dos jovens e vincou que “as sociedades não têm futuro se não tiverem jovens bem formados, que depois serão bons adultos”.
O autarca mostrou-se um excelente anfitrião e surpreendeu os dirigentes escutistas com a oferta de um lenço dos namorados original alusivo ao evento que ontem juntou na vila minhota mais de oito mil escuteiros de todas as idades.
Ivo Faria, chefe regional de Braga do CNE, agradeceu o modo como os escuteiros foram acolhidos, não apenas ontem, mas durante os últimos meses em que foi necessário trabalhar na preparação desta actividade.
Também Ivo Faria brindou a autarquia com algumas lembranças alusivas ao CNE.
O chefe regional também evidenciou as boas relações que têm existido com o município vilaverdense, recordando que o mesmo cedeu a antiga escola de Gondomar para ali instalar uma base escutista. A BEG - Base Escutista de Gondomar tem como objectivos melhorar educação ambiental, o respeito pela natureza, evitar a desertificação, o esquecimento das populações rurais daquela zona do concelho assim como levar um pouco de juventude a esta região.
Fonte imagem/notícia Correio do Minho por Marlene Cerqueira
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