Vila Verde: Regresso ao passado com rigor (via C.M.)


Nem a chuva que caiu intensamente durante a tarde de ontem impediu alguns corajosos de participarem no cortejo histórico, inserido na Feira Quinhentista, que se realizou este fim-de-semana, em Vila Verde. Em jeito de homenagem a uma das mais importantes figuras da poesia nacional, Francisco Sá de Miranda, o município, de mãos dadas com a comunidade escolar, tem “consolidado” o certame, que contou já com a quarta edição. “Temos cada vez mais participantes e nota-se também cada vez mais a aposta no rigor histórico”, assegurou a vereadora da Cultura da autarquia, Júlia Fernandes, que se vestiu ao tempo do Rei D. João III e desfilou na Praça de Santo António.

Durante a manhã de ontem o tempo ajudou e as tendas das escolas foram muito procuradas. “Venderam praticamente todos os produtos que tinham à venda, desde hortaliças, fruta, passando pelas ervas aromáticas e compotas. Dá gosto que este esforço seja recompensado desta forma”, frisou a vereadora, enquanto se esperava que S. Pedro desse tréguas para se realizar o cortejo.

Durante o fim-de-semana foram lançados alguns desafios e “as pessoas apareceram e entregaram-se de corpo e alma à causa”, constatou aquela responsável, elogiando o trabalho realizado por todas as escolas (profissional, secundária e todos os agrupamentos), bem como as associações de pais. À feira juntaram-se ainda muitas associações, destacando-se, a academia de música e a APPACDM. 

No cortejo histórico, o Município contou com a participação da Associação Passado Vivo, mas “o forte” são mesmo as escolas que “estão aqui de pedra e cal, notando-se cada vez mais a aposta no rigor histórico.

A feira tem ganho cada vez mais adeptos até porque, segundo a vereadora, “trata-se de um evento interessante já que não se consegue recuar 500 anos de história todos os dias”.

“Não há criança que não saiba quem é Sá de Miranda”

Esta é uma forma de falar do “nosso” Sá de Miranda e da importância que ele teve para o concelho. “Ainda ontem (ante- ontem) no nosso sarau quinhentista assistimos os pequenos a recitar Sá de Miranda. Já não há nenhuma criança no nosso concelho que não saiba quem é Sá de Miranda e não transmita essa mensagem à família”, afirmou Júlia Fernandes.
A vereadora, que falava junto da técnica responsável pelo Instituto Novais e Sousa, de Braga, aproveitou para reconhecer também a presença e participação sempre activa desta instituição no cortejo histórico desde a primeira hora. 

Lucinda Vilaverde marcou presença com 20 utentes daquele instituto, apesar de já não terem desfilado dado o mau tempo que se fez sentir durante a tarde de ontem. “Estas actividades são importantes para que os outros reconheçam que as pessoas com deficiência são capazes”, defendeu Lucinda VilaVerde. 

Enquanto os utentes preparavam os bombos, aquela responsável contou que “foi mais uma noite sem dormir dada a ansiedade de todos”. A técnica foi ainda mais longe ao afirmar que “participar é muito importante para lhes dar autonomia e, além disso, este é o maior veículo para trabalhar a inclusão social, porque é recíproco, eles dão mas também recebem e isso é inclusão. Sinto-me com a alma cheia e eles também, porque hoje são pessoas completamente integradas e aceites”.

Fonte Correio do Minho por Patrícia Sousa

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