A aposta nas “nossas raças autóctones, no caso concreto na Minhota, pode contribuir para a criação de riqueza, aumentando os níveis de crescimento económico”, afirmou o eurodeputado José Manuel Fernandes, o qual visitou ontem o Centro Recria de Raça Bovina Minhota, em Ponte de Lima.
Esta visita surgiu no âmbito do colóquio ‘crescimento e emprego - o poder autárquico e o associativismo na promoção da economia de proximidade’, uma iniciativa organizada pelo Centro Europe Direct de Ponte de Lima e pela Associação Portuguesa dos Criadores de Bovinos de Raça Minhota (APAC-RA), em parceria com a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e com a Escola Profissional de Ponte de Lima.
O Centro Recria de Raça Bovina Minhota, instituição gerida pela APACRA, apresenta uma área de cerca de 20 hectares e conta actualmente com 22 animais de raça Minhota.
“A valorização do nosso território é fundamental, pois é ela que vai contribuir para a fixação da população, e que nos vai permitir tirar partido dos nossos recursos naturais”, frisou o eurodeputado, lembrando ainda que a carne Minhota apresenta uma “qualidade excelente”, tendo ainda a vantagem de ter “um crescimento mais rápido do que as restantes raças autóctones, o que se torna muito importante em termos económicos para os agricultores”.
Para José Manuel Fernandes “há aqui grandes potencialidades. Temos a possibilidade de criar emprego, e ter uma gestão sustentável do território, o que irá com certeza contribuir para a coesão económica, social e territorial”.
Recorde-se que a APACRA e o Agrupamento de Produtores de Carne, Leite e Queijo da Raça Minhota (AGROMINHOTA) conquistaram recentemente a aprovação da rotulagem facultativa ‘CM - carne minhota’.
Segundo a engenheira Teresa Moreira, presidente do AGROMINHOTA e membro da APACRA, esta certificação simboliza a “valorização e diferenciação de um produto de excelente qualidade. Até agora esta carne era vendida indiferenciadamente como carne de vitela, e por vezes como sendo carne de outra raça, acabando os agricultores por serem penalizados, já que esta era vendida a um preço muito inferior”, revelou.
A carne de raça Minhota certificada estará em breve em grandes superfícies comerciais, em talhos da região e também de fora da região sempre que seja solicitada.
Por outro lado, é ainda um objectivo da APACRA “avançar com o produto para a restauração, nomeadamente em Ponte de Lima”, afirmou a engenheira Teresa Moreira.
A presidente da AGROMINHOTA salientou também que a procura deste animais tem vindo a crescer, e com a valorização do produto, o número de associados da APACRA está a aumentar todos os dias. “A procura dos animais tem sido enorme e acredito que muito em breve esta deixará de ser uma raça em vias de extinção e passará a ser uma raça fortemente produzida”.
Note-se que a associação continua a lutar pela atribuição da Denominação de Origem Protegida (DOP).
Fonte Correio do Minho por Libânia Pereira
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