Pires
A demora na apresentação do Plano de Actividades da PROVIVER e a situação financeira da empresa municipal motivou um duro comunicado do Partido Socialista de Vila Verde. Os vereadores do PS lembram que o documento foi apresentado apenas em Fevereiro, ou seja, «decorridos quase dois meses do ano a que diz respeito e quatro meses depois da data em que tinha que ser remetido à Câmara Municipal» e consideram que é «admirável a sistemática permissão e a cobertura que a maioria PSD da Câmara de Vila Verde dá a estas irresponsabilidades difíceis de qualificar».
Os socialistas referem que «apesar desta insólita ‘inovação’ do Conselho de Administração da PROVIVER, os factos mais graves estão, no nosso entender, no conteúdo do documento em causa, que mais não é que uma afronta aos vilaverdenses, sobretudo aos que têm acompanhado o percurso da empresa municipal e os resultados da sua gestão». Depois de recordar os fundamentos que justificaram o aparecimento da empresa municipal em 2006 e as metas traçadas pelo sei administrador, o PS diz que se sente insultado «quando, após seis anos de consecutivos prejuízos, de uma escalada de endividamento e de um consumo exorbitante de recursos financeiros dos cofres do município, somos confrontados com um discurso onde se diz que, agora, a empresa municipal vai entrar num novo ciclo, num novo paradigma marcado pela redução de custos, pela racionalização dos recursos e pela agilização da estrutura organizacional».
Os vereadores criticam o facto de terem sido «precisos seis anos e rios de dinheiro esbanjados para perceber a importância destas linhas orientadoras» e perguntam se a maioria PSD não se sente engana por esta administração da PROVIVER. «O Presidente da Câmara e os Vereadores do PSD são cúmplices de um dos maiores embustes da gestão autárquica vilaverdense, embuste percebido desde o seu início, altura em que se afirmou que não era necessária uma empresa municipal para gastar mais e fazer o mesmo que já se fazia através da Câmara Municipal».
Para o PS de Vila Verde «é um descaramento inqualificável anunciar previsíveis resultados positivos, insignificantes por sinal, sem explicar que para isso a Câmara Municipal vai transferir para a conta da PROVIVER a quantia de 1.666.897,00€, que os ordenados de grande parte dos funcionários serão pagos pelo Município, que as rubricas como a água e a electricidade são assumidas pela Câmara e que os eventos bandeira do município passam a ser pagos pela edilidade, tal como já foi a Gala do Namorar Portugal do passado dia 14 de Fevereiro». No comunicado, os socialistas citam ainda o Revisor Oficial de Contas da PROVIVER e dizem que «os resultados previsíveis poderão ser diferentes em caso de não concretização de alguns processos, nomeadamente o do financiamento anual de cem mil euros para fazer face ao preço social da utilização dos complexos desportivos de Vila Verde e da Vila de Prado e da renda anual de 70 mil euros que a Câmara Municipal terá que pagar à PROVIVER para esta permitir ao Vilaverdense Futebol Clube a utilização do Estádio Municipal Cruz do Reguengo».
«Quando se pensava que, a respeito do descalabro que tem sido a existência da PROVIVER e a sua gestão, já estava tudo dito, eis que surgem novos episódios verdadeiramente insólitos e só possíveis numa gestão autárquica sem rumo, sem a mínima preocupação com a observância de datas, sem qualquer respeito pelos recursos públicos e unicamente vocacionada para a satisfação de projectos e ambições pessoais», conclui o PS de Vila Verde.
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