Braga: Escola Secundária Sá de Miranda: aprender a arte de bordar com a Al. Artesanal de Vila Verde (via Correio do Minho)

Um workshop sobre Lenços de Namorados foi a forma escolhida pela Biblioteca da Escola Secundária Sá de Miranda para assinalar o Dia de São Valentim. Ontem, durante toda a manhã, técnicas da Aliança Artesanal de Vila Verde ajudaram alunos, professores e funcionários a dar os primeiros passos na arte de bordar.

Com a biblioteca decorada a preceito pelos alunos do Crus EFA de Técnicas de Informação Documentação e Comunicação, a comunidade educativa da Escola Sá de Miranda teve oportunidade não só de aprender, mas também de observar exemplares de Lenços de Namorados.

Os ‘formandos’, na sua maio-ria professores, como nos revelou a responsável pela Biblioteca, Fátima Costa, tiveram o privilégio de ser orientados neste workshop por Conceição Pinheiro, a fundadora da Aliança Artesanal e uma das pioneiras na recolha, preservação e promoção de Lenços de Namorados.

Conceição Pinheiro confessou que “é muito gratificante” observar toda a dinâmica que os Lenços de Namorados têm criado.

“É muito gratificante. A minha vaidade não tem limite, não só pelo que fiz, mas pelo que desencadeou e pelas pessoas que a nós se juntaram”.

A fundadora da Aliança Artesanal diz mesmo que “a mulher que faz Lenços de Namorados cria uma dinâmica de sentimentos muito especial junto da família. Faz com que a família veja todo este conteúdo de simbologia, de vivências do amor no seu próprio meio”. Acrescenta que tomou consciência deste facto “há bem pouco tempo”, quando percebeu o orgulho que os seus filhos têm “na mãe”.

Longe de pensar que a temática dos Lenços de Namorados já atingiu o seu auge, Conceição Pinheiro cita Agostinho da Silva: “Quando perguntaram a este filósofo e profeta o que é que restava a Portugal, uma vez que as conquistas estavam todas feitas e o império perdido, Agostinho da Silva respondeu que a Portugal lhe restava bordar o mundo com os seus saberes e valores”. 

Quando leu esta passagem, Conceição Pinheiro teve “imediatamente a percepção de que os Lenços de Namorados eram um símbolo desta profecia”. Conceição Pinheiro dedica ainda uma palavra ao município de Vila Verde por ter tido o “bom senso” de pegar em toda a dinâmica que tinha sido criada em torno dos Lenços de Namorados e “a ter aproveitado para seu símbolo e para a dinamização e promoção turística e cultural” do concelho.

Fonte Correio do Minho por Marlene Cerqueira