Vila Verde: Câmara e oposição voltam a não se entender por causa dos Lenços dos Namorados (Via Site MaisActual)




A câmara de Vila Verde assinou um protocolo com uma empresa têxtil com vista à dinamização e promoção, da colecção “Namorar Portugal” e dos Lenços dos Namorados. No articulado aprovado na última reunião é referido que cabe à Lameirinho divulgar a colecção e “respeitar a estética dos Lenços em que os desenhos e a sua simbologia, as cores, os dizeres, o próprio movimento que o lenço imprime, são características inerentes ao percurso histórico do aparecimento dos mesmos e o seu reconhecimento como peça de artesanato regional”.

Ao município cabe facultar a cedência dos Lenços, colaborar em todas as iniciativas e que “tenha a empresa como única representante de produtos têxtil lar sob a marca Namorar Portugal”. Um protocolo assinado por tempo indeterminado.

Ora, o assunto não foi pacífico na última reunião de câmara com os vereadores do PS a manifestarem muitas reservas sobre a estratégia que a autarquia está a seguir nesta matéria. “Embora compreendendo as intenções subjacentes aos protocolos assinados, não podemos deixar de alertar para questões que, ao contrário do pretendido, se podem revelar muito negativas”, na divulgação do artesanato de Vila Verde.

Assim, Luís Filipe Silva e Porfírio Correia dizem que “a estratégia que está a ser seguida é completamente errada. Não é massificando e banalizando a temática dos Lenços que se protege o artesanato e alimenta uma economia local em torno do artesanato” e vão mais longe: “protocolos como este servem apenas para dar argumentos negociais a grandes grupos económicos que irão, como é lógico, ocupar o espaço comercial dos pequenos artesãos e empresários do concelho”.

Os vereadores socialistas lembram que “nenhum artesão ou empresário terá coragem de investir no reforço do seu pequeno negócio quando ao lado tem grandes grupos económicos com as mesmas temáticas nos seus artigos”. Por isso, não têm dúvidas em dizer que “este tipo de estratégia destrói os produtos genuínos, massifica de tal forma que os artigos começam a tornar-se banais”.

Luís Filipe Silva e Porfírio Correia não percebem ainda, “numa altura em que as câmaras do Minho se estão a juntar para proteger as particularidades dos seus produtos, a câmara de Vila Verde siga, orgulhosamente, isolada num caminho contrário, onde a preocupação com a autenticidade e com a certificação parece ser nula”.

Na resposta, os vereadores do PSD dizem que a estratégia que está a ser seguida “pretende acima de tudo defender os Lenços dos Namorados enquanto ícone cultural do concelho”. Por isso, os protocolos que vêm sendo assinados “é uma aposta na divulgação desta marca identitária, defendendo características próprias deste produto e permitindo a internacionalização do mesmo, uma vez que estas empresas apostam fortemente no mercado externo”.

Os sociais-democratas lembram que “a câmara de Vila Verde já há muito trilhou o caminho que está a ser seguido por outros municípios, sendo o Lenços dos Namorados o primeiro produto certificado no continente, o que comprova a preocupação e o interesse com a autenticidade e defesa deste produto âncora”.

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