Mundo: Dois funcionários de Fukushima hospitalizados depois de exposição à radiação (C/ Vídeos - Via Público)




A Agência japonesa de Segurança Nuclear revela que dois funcionários da central de Fukushima Daiichi foram hospitalizados hoje depois de estarem expostos a radiação elevada no edifício do reactor 3. No local, os trabalhos foram retomados.

Os funcionários - na casa dos 20 e 30 anos - estavam num piso térreo parcialmente inundado a trabalhar na ligação de cabos à rede eléctrica no edifício adjacente ao reactor, segundo informações da agência avançadas pela estação de televisão NHK. Os homens estiveram com os pés e parte das pernas dentro de água e expostos a entre 170 e 180 milisieverts de radiação.

Um porta-voz da central explicou que "apesar de terem fatos de protecção, a água contaminada acabou por entrar em contacto com os pés e pernas, sendo expostos à radiação", citou a BBC online. "A exposição directa à radiação, normalmente, causa inflamação e foi por isso que foram hospitalizados", acrescentou.

Segundo a estação de televisão NHK, os dois funcionários foram levados para o hospital local antes de serem transferidos para o Instituto Nacional de Ciências Radiológicas para um tratamento adequado.

Citado pela BBC, o porta-voz oficial do Governo, Yukio Edano, considerou a situação "muito lamentável".

Um terceiro funcionário também esteve exposto a altos níveis de radiação mas, de momento, parece não precisar de tratamento específico.

O nível máximo de exposição à radiação autorizado para os funcionários das centrais nucleares no Japão é de 100 milisieverts. Mas, recentemente, o Ministério da Saúde aumentou o limite para os 250 milisieverts para as equipas de emergência que tentam estabilizar os reactores da central de Fukushima.

Até ao momento, um total de 17 funcionários da central já estiveram expostos a uma radiação superior a 100 milisieverts, revela a Tepco, operadora de Fukushima Daiichi, citada pela Kyodo. Uma explosão a 14 de Março, três dias depois do sismo e tsunami que abalaram o Nordeste do Japão, causou ferimentos a um funcionário da central nuclear que foi exposto a um nível de radiação que ultrapassou os 150 milisieverts, recorda a agência japonesa de notícias Kyodo.

A Tepco revelou que os níveis de iodo radioactivo detectados em amostras feitas hoje à água do mar, a 330 metros a Sul da central, estão 146 vezes superiores aos limites legais de concentração. A empresa alerta que estes níveis poderão continuar a subir.

Retomadas as operações no reactor 3

Hoje, os funcionários da central retomaram os trabalhos para recuperar o sistema eléctrico e de arrefecimento do edifício do reactor 3, depois de as tentativas terem sido suspensas ontem por causa da detecção de fumo negro no local, informou a Kyodo. As autoridades garantem que os níveis de radiação na central não aumentaram e que não foi registado nenhum incêndio. As causas do fumo negro ainda não são conhecidas.

Durante a manhã, as luzes na sala de controlo do reactor 1 já puderam ser ligadas, um sinal dos progressos no trabalho realizado em Fukushima Daiichi. Na verdade, todos os seis reactores da central já têm ligação à rede eléctrica exterior mas ainda é necessário verificar os equipamentos.

Mas ainda não se pode dizer que o reactor 1 está estabilizado definitivamente. Hoje, a operadora da central, a Tepco (Tokyo Electric Power Company) informou que a pressão estava a aumentar no interior do edifício do reactor. Ontem, as temperaturas à superfície do reactor atingiram os 400ºC, excedendo o limite de segurança dos 302ºC, segundo a estação de televisão NHK. A decisão tomada foi suspender a injecção de água, o que terá resultado numa ligeira diminuição da pressão e da temperatura para os 243ºC.

A Agência japonesa de Segurança Nuclear explica que a introdução de grandes quantidades de água aumentou a pressão na camada de contenção do reactor, que protege o núcleo. Apesar de o reactor, por agora, estar estabilizado, é preciso continuar a monitorizá-lo, sublinha.


Vídeo simulação cenário (em inglês):




Vídeo Gazeta News expondo a notícia acim:



Vídeo com fotos no interior da central, e sinais de fumo na central:



Fonte Público por Helena Geraldes

0 comentários: