Mundo: Chávez vai mudar-se para tenda oferecida por Khadafi


O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou que vai mudar-se temporariamente para uma tenda, que lhe foi oferecida pelo líder líbio, Muammar Khadafi, oferecendo a comodidade do palácio presidencial a famílias desalojadas pelas violentas cheias das últimas semanas no país.

“Podemos pôr umas camas no gabinete [presidencial]. Aquilo é grande... E eu mudo-me para a khaima [a tenda beduína] que Khadafi me deu. Monta-se nos jardins”, afirmou durante uma visita, na sexta-feira, a uma das zonas de Caracas mais assoladas pelas cheias e desabamentos de terras que causaram pelo menos 38 mortos e mais de 120 mil desalojados em todo o país.

Chávez instou os membros do seu Governo e até os comandantes das Forças armadas a seguirem-lhe o exemplo. “Se virem uma casa destruída têm que mudar aquelas pessoas para os vossos gabinetes, onde há ar condicionado e casa de banho. Umas duas famílias podem ser instaladas nesses gabinetes”, avaliou.

Já na semana passada, o Presidente abrira os portões de Miraflores a 25 famílias desalojadas, que foram instaladas no quartel-general da guarda presidencial dentro do palácio.

Na visita de ontem às zonas afectadas da capital garantiu ainda que usará a tenda oferecida por Khadafi da mesma forma que o líder líbio o faz nas suas visitas ao estrangeiro: “É lá que irei cumprimentar presidentes”.

O chefe de Estado anunciou também que vai requisitar segunda-feira à Assembleia Nacional que lhe conceda poderes acrescidos para emitir decretos de urgência, sem carecer de aval da câmara, devido à crise causada pelas cheias, as piores no país em mais de uma década. “Vamos precisar de milhares de milhões de dólares adicionais. E não há tempo a perder, nem um só segundo”, argumentou, explicando que conta poder começar a fazer estes decretos até ao final da próxima semana.

Esta é a quarta vez que Chávez requer à Assembleia Nacional a concessão de tais poderes ao longo de 11 anos na chefia do Estado, necessitando para tal da aprovação de três quintos da câmara (99 do total de 165 deputados). A oposição teme, porém, que esta medida vise fragilizar a Assembleia antes da tomada de pose da nova legislatura, prevista para 5 de Janeiro e resultante das eleições de Setembro passado, em que uma coligação de oposição conquistou 40 por cento dos assentos parlamentares.

Fonte Jornal O Público
Fonte imagem © agedsenator

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