Vila Verde:Tribunal adiou julgamento de família acusada de escravizar rapaz com deficiência



O Tribunal de Vila Verde adiou o julgamento de quatro membros de uma família proprietária de uma exploração agrícola, acusados do crime de escravidão, por alegadamente terem mantido nessa situação, durante 25 anos, um jovem com deficiência moderada. O adiamento ficou a dever-se à necessidade de o Tribunal calendarizar a audição das mais de 70 testemunhas de defesa e acusação arroladas no processo.

A acusação, deduzida contra um casal e os seus dois filhos, concluiu que a vítima foi sujeita, numa quinta em Coucieiro, Vila Verde, a trabalhos duros, sem direito a qualquer recompensa, sob maus tratos, agressões violentas e condições de vida desumanas.

A vítima, o Rui Manuel, atualmente com 36 anos, encontra-se ao cuidado da Segurança Social de Braga que o entregou a uma família de acolhimento na freguesia de Revenda.

Foi libertado da alegada escravidão em novembro de 2004, graças à intervenção conjunta de uma equipa da GNR de Vila Verde e de técnicos da Segurança Social.

Segundo o Ministério Público, foi encontrado num estado de grande degradação, física e psicológica.

Os quatro arguidos, Casimiro Alves (proprietário da quinta), a mulher e os seus dois filhos, foram acusados de terem privado Rui Manuel da "consciência da sua própria liberdade e de toda a dignidade humana".

O despacho de acusação refere que os arguidos agrediram fisicamente o Rui Manuel, com recurso a todo o tipo de objetos e em diferentes parte do corpo, por não desempenhar na perfeição as tarefas exigidas, por pedir comida aos vizinhos, ou mesmo sem qualquer motivo aparente.

O Ministério Público acusa os arguidos de nunca terem tratado a vítima como membro da família ou sequer como pessoa de direitos. Fonte Sic Notícias/Lusa

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