A cidade de Braga vai receber até final de 2009 investimentos no montante total de 400 milhões de euros (M€) em dois novos centros comerciais e quatro hipermercados, que darão origem a 3 mil empregos, disseram hoje à Lusa fontes do sector.
Os investimentos serão aplicados nos centros comerciais Dolce Vita e Espaço Braga, que terão hipermercados das marcas Continente e Jumbo, respectivamente, e ainda em dois outros hipermercados de média dimensão, o Leclerc e o Lidl, ambos já em construção.
Para além destes projectos, o centro comercial Bragaparque, situado junto ao Feira Nova, vai expandir-se pela segunda vez, agora relativamente à zona de estacionamento do hipermercado, que passará a ser subterrâneo.
Para viabilizar os referidos investimentos, numa cidade que conta já com dois hipermercados, o Feira Nova e o Continente, a que acresce um 'RetailPark' e dois cash-and-carry, o Recheio e a Makro, os promotores imobiliários contam com a existência na zona de Braga de uma população que ultrapassa as 500 mil pessoas e que se podem deslocar facilmente com as novas auto-estradas que cruzam a região.
No entanto, para o director-geral da Associação Comercial, Abílio Vilaça, o licenciamento de novos centros comerciais e hipermercados, coloca a questão de se saber onde é que há mercado para tanta concorrência.
"Ainda ninguém explicou porque é que o Carrefour saiu de Braga e do país... Não terá sido por falta de mercado?", questionou o responsável.
Em declarações à agência Lusa, o gestor acusa a maioria dos municípios e o Governo de "apenas se preocuparem com os interesses das grandes empresas, esquecendo as pequenas como as do comércio tradicional".
O responsável apontou como "exemplar" a postura dos órgãos municipais da cidade de Vila Real, que se opuseram à implantação de novas grandes superfícies, precisamente por considerarem que não há mercado.
Abílio Vilaça lembrou que a associação se tem oposto, votando contra, à implantação de novas estruturas comerciais, e que colocou mesmo em Tribunal dois licenciamentos: o do Feira Nova de Vila Verde e o do MediaMarkt de Braga.
"O problema é que a lentidão dos tribunais também favorece as grandes superfícies", lamentou o gestor.
Por outro lado, o vice-presidente do município de Braga, o socialista Nuno Alpoim, defende que "a cidade sempre teve uma vocação comercial e de serviços que não pode perder".
"Se os centros comerciais não vierem para Braga, irão para o Porto, Gaia, Famalicão ou Guimarães, e a cidade fica a perder, porque os consumidores vão para lá", sublinha o governante.
Sobre a alegada "permissividade" da Câmara no licenciamento de novas grandes superfícies, Nuno Alpoim contrapõe que a política de licenças é definida a nível governamental, não competindo aos municípios, senão o licenciamento dos aspectos urbanísticos.
Indiferentes a esta polémica, as obras de construção do Leclerc e do Lidl já arrancaram, estando previsto que ambos estejam prontos ainda este ano, criando entre 250 a 300 empregos.
O Leclerc custa 25 milhões de euros, desconhecendo-se o investimento feito pelo Lidl, que passa a ter duas lojas em Braga.
Em fase de movimentação de terras para colocação de fundações, obra efectuada pela firma ABB, está o Dolce Vita, implicando um investimeto total de 150 milhões de euros, no que será "um projecto moderno". O novo centro comercial tem abertura prevista para Outubro de 2009 e dará emprego directamente a 1500 pessoas.
Ainda à espera de ultrapassar os obstáculos burocráticos no licenciamento, nomeadamente no que se refere a acessos rodoviários, o Espaço Braga arranca, em breve, para estar pronto em finais de 2009. Este centro comercial, concebido pela Bouygues Imobiliáriam, implica um investimento de 140 milhões de euros, ocupa 85 000 metros quadrados, integrados num projecto urbanístico com 330 000 metros quadrados e deve criar, pelo menos, 1300 novos empregos. Fonte Diário Económico por Cristina Barreto
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