Minho: Associação para evitar descargas no Rio Homem



Uma associação de defesa do rio Homem, envolvendo os municípios de Terras de Bouro, Amares e Vila Verde, está a ser projectada pelas três autarquias na tentativa de minorar as descargas clandestinas e ilegais que têm sido feitas no rio. O objectivo é envolver todos os concelhos, a começar nos escuteiros, passando pelas escolas e população.

Com os primeiros passos a ser dados, a criação da associação ganhou mais força quando, no final da semana que terminou, uma nova descarga atingiu a praia da Malheira, em Vila Verde. O vereador do Ambiente lamenta o sucedido "É virtualmente impossível que alguém esteja permanentemente em vigilância ao longo do rio. Lamento que haja pessoas que façam essas descargas ilegais e que se escondam depois".

Zamith Rosas é da opinião de que "só com a prevenção e a punição é que se minimizam estes atentados", considerando ser necessário "o envolvimento total da população não basta ter 99% das pessoas afectas à causa do ambiente se há um 1% que em meia hora estraga tudo". Segundo os moradores da zona, a última descarga "foi pior do que o normal. A água estava de tal maneira baça que em zonas com um metro não se via o fundo".

A criação de uma associação de defesa do Rio Homem é uma das soluções avançadas pelo vereador para prevenir as descargas, a que se junta a passagem dos três municípios para o sistema multimunicipal de tratamento Águas do Ave "Temos todo o interesse em manter o rio Homem o mais limpo possível, porque é lá que captamos a água que o concelho bebe e quanto mais limpa estiver menos tratamentos vai sofrer".

Vigilância apertada

Zamith Rosas salienta, ainda, o papel que a brigada da GNR que faz vigia à natureza "As acções que têm vindo a desenvolver e as vigilâncias que promovem estão a ser fundamentais para que não haja mais problemas ambientais". Ainda que o número de coimas aplicadas não seja muito relevante, o vereador do Ambiente da câmara de Vila Verde reforça a ideia: "Se as pessoas souberem que a prevenção e a vigilância funciona vão pensar melhor antes de cometerem um qualquer crime". Fonte JN por Pedro Antunes Pereira

1 comentários:

Anónimo disse...

Uma associação para cuidar do Rio Homem!
Parece-me muito bem. O envolvimento dos cidadãos e a co-responsabilização pelos problemas da comunidade é a via para o fortalecimento da debilitada democracia dos nossos dias.
Mas permitam-me que chame a atenção para alguns dos perigos que advêm desta chamada dos indivíduos para o processo de decisão:
Primeiro, esta pode ser a porta escancarada para que os poderes públicos e os responsáveis pela efectivação de medidas no terreno (os poderes executivos) possam descartar o trabalho que têm a fazer e as resposabilidades que têm junto das populações.
Repare-se que o discurso do vereador Zamith Rosas indicia isso mesmo.
É, com toda a certeza, importante que cada pessoa assuma a responsabilidade de manter a integridade do Rio Homem. Mas ´de igual monta que, neste caso, as autarquias saibam corresponder com as condições exigidas para tal.
Especifico: as populações devem exigir das autarquias referidas na notícia uma poçítica integrada de construção e funcionamento de uam rede de ETAR's capaz de cobrir as necessidades da população do concelho. O saneamento básico é essencial neste caso concreto do Rio Homem.´
Para ter ideia dos bons exemplos em termos de despoluição e ligação à rede de esgotos, repare-se no trabalho assinalável feito pela autarqui de Vila Nova de Gaia. Uma autêntica revolução na qualidade de vida dos munícipes. Cursos de água mais saudáveis e praias repletas de bandeiras azuis.
Não me alongo para os restantes pontos que vale a pena discutir...
Há que reflectir sobre o Ambiente que se quer para as populações. E tomar medidas, ainda que possam parecer dolorosas, à partida. O benefício final é incomparavelmente compensador.