Cervães


População: 2027 habitantes (pelos Censos 2001)

Actividades Económicas: Indústria têxtil e de cerâmica e transformação de madeira.

Festas e Romarias: S. Pedro (29 de Junho), Senhora de Lurdes e S. Bento (15 de Agosto) e Festa do Menino (25 de Dezembro).

Orago: Divino Salvador

Artesanato: Mantas de farrapos, carpetes e sacas de pão bordadas.

Colectividades: Rancho Folclórico de Cervães, Grupo Desportivo de Cervães, Associação Recreativa e Cultural de Cervães e Grupo Coral

Abrange cerca de 963 hectares e dista 12 Km da sede do concelho.
Metade da freguesia de Cervães fez parte do antigo couto de Cervães e o restante era abadia de apresentação do Arcebispo de Braga. O couto compreendia também a freguesia de S. Mamede de Escariz e metade da de S. Vicente de Areias, esta, actualmente, do concelho de Barcelos. Por tal motivo era também conhecido por couto de Vilar de Areias.
Tendo como donatário o Arcebispo de Braga gozava de grandes privilégios, entre os quais o de aos seus criminosos se não poder aplicar a pena de morte, embora houvessem cometido as maiores atrocidades.
O Juiz de Prado, concelho ao qual então pertencia, só entrava nele com vara alçada para tratar de assuntos de sisa real.
Na sua administração intervinham, além de um juiz ordinário do cível, crime e órfãos, vereadores, procurador e meirinho, tudo de eleição trienal do povo; escrivão e ouvidor, este em representação do Arcebispo; e ainda uma companhia de Ordenanças.
Na freguesia, a cerâmica é actividade importante, embora quase limitada à produção de tijolos, telha e cântaros, destinados aos mercados do norte do país.
O Cruzeiro de Cervães é classificado como imóvel de interesse público.
A igreja matriz, embora não revele a antiguidade que se lhe atribui, terá pertencido a um convento fundado por S. Martinho de Dume que nele terá habitado temporariamente. Depois terá passado para os Templários, na posse dos quais se conservou até à extinção da respectiva Ordem em Portugal.
Na fachada principal encontra-se uma inscrição alusiva à reconstrução da igreja por D. Vasco Viegas, provavelmente no ano de 1186
O Santuário do Bom Despacho foi fundado, à custa de esmolas, pelo ermitão João da Cruz, natural de Monção, em cumprimento de um voto que fizera à Virgem por Deus lhe haver restituído a saúde quando esta estava seriamente comprometida. A iniciativa de João da Cruz encontrou muitos detractores que, a despeito de tudo, não lhe conseguiram abalar o entusiasmo e a fé. O altar-mor dedicado à Virgem tem a particularidade de ficar entre duas enormes fragas que lhe dão o aspecto de gruta. Inclui ainda o altar de Santo António, o altar de S. José, e o altar da Apresentação da Virgem. O extenso panorama que se desfruta do Bom Despacho confina a sul com as montanhas do Bom-Jesus, Sameiro e Falperra.
Sobre a igreja do Bom Despacho (datada de 1640), diz o “Santuário Mariano”: “A esta casa e a esta mesma Senhora buscavam os generais e neles faziam suas mulheres novenas pelos bons sucessos de seus maridos nas armas que governavam naquela província”.


Bibliografia

Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)