Vila Verde: Matadouro Biológico na mira dos agricultores da região

Frango Biológico?

O presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, José Manuel Fernandes, mostrou vontade de construir um matadouro que sirva os produtores biológicos da região. O mote foi dado durante a Semana Nacional de Agricultura Biológica, na qual a Associação de Produtores Biológicos, juntamente com o Gabinete de Apoio ao Agricultor de Vila Verde, organizaram um jantar cem por cento biológico.

Vila Verde quer criar um matadouro que sirva os produtores biológicos da região. Para tal, conta já com o apoio da Câmara Municipal, cujo edil já demonstrou a vontade de ajudar à sua realização.
A manifestação foi feita durante a iniciativa promovida pela Associação de Produtores Biológicos e Gabinete de Apoio ao Agricultor de Vila Verde, para assinalar a Semana Nacional de Agricultura Biológica.
Na palestra de abertura da iniciativa, que versou ‘O modo de produção biológico, perspectivas de futuro’, o presidente da Câmara referiu que dava um “forte incentivo” aos produtores/agricultores do concelho e aos organismos envolvidos no desenvolvimento do modo de produção biológico.

José Manuel Fernandes, reforçou a aposta do município de Vila Verde na agricultura biológica, num cenário que tinha como pano de fundo a Quinta de Cachopães, um espaço de agro-turismo integralmente vocacionado para produção biológica. “Fomos pioneiros na região no domínio da agricultura biológica e queremos continuar a marcar o ritmo deste modo de produção”, disse, assegurando ainda que “Vila Verde tem condições excelentes para se afirmar nesta área, tanto pelas condições naturais, como pela qualidade dos seus produtores ou agricultores”.

Depois de ouvir os lamentos dos técnicos envolvidos no projecto, que apontaram as virtudes e potenciais da agricultura biológica, o edil vilaverdense voltou a lembrar que “o Município de Vila Verde está apostado em contribuir para a instalação de um matadouro de animais, para que se possa escoar o produto devidamente certificado. Tenho-o dito e reitero que o Município de Vila Verde está empenhado em contribuir para essa instalação, no âmbito de um projecto intermunicipal. Outros Municípios vizinhos, como Terras de Bouro, Amares e Póvoa de Lanhoso já manifestaram vontade de também contribuir”.
José Manuel Fernandes foi mais longe afirmando que “Vila Verde disponibiliza-se, desde já, para doar o terreno”.
Entre os restantes convidados desta iniciativa, encontravam-se também o Sub-Director Regional de Agricultura do Entre Douro e Minho, Manuel Ovelheira, e o ex-Secretário de Estado da Agricultura, Carlos Duarte.

A notícia foi aplaudida pela Associação de Produtores Biológicos de Vila Verde, que tem vindo a encontrar algumas dificuldades em concluir o ‘ciclo’ de produção.
Temos áreas óptimas para produção de animais, como cabritos, galinhas, porcos e vacas, temos excelentes produtores e produção de grande qualidade, mas não podemos comercializar, pois não existe um matadouro próprio para fazer escoar o produto devidamente certificado”, lamentou-se Alexandre Rebelo, um dos responsáveis técnicos pelo projecto de agricultura biológica no Concelho.
Alexandre Rebelo também exerce funções no Gabinete de Apoio ao Agricultor de Vila Verde e como tal considera que “o potencial é enorme e não podemos perder esta oportunidade”.
No mesmo sentido, o Sub-Director Regional de Agricultura do Entre Douro e Minho, Manuel Ovelheira, manifestou a sua convicção de que “o potencial é enorme, contamos com produtores e agricultores com qualidade e motivados e existem condições para vencer nesta área”.

O mesmo alertou, no entanto, que “só os melhores produtos, aqueles que forem certificados e tiverem comprovada qualidade, é que vão ter saídas para o mercado”.
Manuel Ovelheira reiterou ainda o aviso de que o próximo quadro comunitário de apoio “vai constituir uma oportunidade única para promover projectos agrícolas bem alicerçados, uma vez que existe uma forte componente de apoio prevista para a área da agricultura e desenvolvimento rural”.
Ainda na mesma ocasião, foi abordado o problema da criação de uma rede, ou centros, de distribuição de produtos em modo de produção biológico.
A técnica responsável pela equipa da Direcção Regional de Agricultura do Entre Douro e Minho para a área da agricultura biológica, Isabel Barrote, revelou que “têm vindo a ser realizadas reuniões com produtores, técnicos e organismos directa ou indirectamente envolvidos no sentido de estudar e encontrar soluções. É que, de facto, o problema da distribuição é ainda uma lacuna grave”.

À margem das reflexões feitas sobre o modo de produção biológico e as suas perspectivas de futuro, foi realizada uma visita à Quinta de Cachopães, um espaço de agro-turismo inteiramente convertido para o modo de produção biológico, na freguesia de Nevogilde, em Vila Verde.
Os presentes, entre os quais de contavam os Vereadores António Vilela e António Zamith Rosas, o Presidente da Proviver – EM, Manuel Barros, entre produtores, técnicos e convidados, puderam apreciar áreas distintas de produção de hortícolas, frutícolas e cereais, assim como de frangos e porcos bísaros.

No regresso, teve lugar um tradicional magusto, animado pelo Grupo de Vozes e Cantares Tradicionais de Moure, que recriou as cantigas típicas do campo. As castanhas eram biológicas, assim como o vinho servido aos convidados, que era proveniente de uma exploração de Prado S. Miguel, de António Barbosa.
A encerrar a jornada, teve lugar um jantar cem por cento biológico, composto de frango pica-no-chão. Os restantes acompanhamentos também eram biológicos, incluindo o vinho verde, desta feita proveniente da exploração do Sr. José Guimarães, localizada na freguesia da Lage-Vila Verde.
A confecção esteve a cargo da Dona Maria Assunção, anfitriã da Quinta de Cachopães que liderou um grupo de cozinheiros preparados para apresentarem os melhores sabores da comida bio. As honras da casa estiveram a cargo de José Pinto, proprietário da Quinta de Cachopães. Fonte Correio do Minho por Mariana Pinto Ferreira

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