Vila Verde: Entrevista do Cávado Jornal a Manuel Barros (Pres. Proviver)


Entrevista a Manuel Barros, Presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal PROVIVER

Vamos tentar operacionalizar as políticas lançadas pela autarquia


Cávado Jornal: Como foi a sua saída do Instituto Politécnico do Cávado e Ave?
Dr. Manuel Barros: Foi normal e muito pacífica. Emocionalmente continuo ligado ao IPCA, já que, como sabe, foi o primeiro administrador do instituto.
Esta saída aconteceu porque houve uma mudança da comissão instaladora, foi-me feito um desafio para assumir a função de docente. Eu tinha um compromisso com o Professor Norberto Cunha e também grande amizade e ligação ao actual presidente. Entretanto tinha alguns desafios que me tinham sido feitos, projectos novos entre os quais aquele que eu decidi abraçar.
Instalar e exercer as funções de Presidente do Conselho de Administração da Empresa Proviver, em Vila Verde.

Cávado Jornal: Como surgiu a oportunidade de desempenhar este novo cargo?
Dr. Manuel Barros: A oportunidade surge porque, como sabe, toda a minha formação académica e profissional está ligada à gestão pública.
A evolução do poder local aponta para a criação de instituições deste género que visam o desenvolvimento do sector empresarial municipal ou local, como se vai chamar na próxima lei que será aprovada em princípio em Janeiro.
São oportunidades que um profissional e um académico como eu tem como objectivo um dia experimentar.
Foi um pouco isto, aliado claro, a uma carga emocional que também tem a minha vinda para Vila Verde.
Como sabe sou vilaverdense. Desempenhei funções autárquicas durante muito tempo embora sempre em regime de não permanência.
Tenho estado muito ligado ao Plano de Desenvolvimento Estratégico do Concelho de Vila Verde.
Portanto, ligou-se o útil ao agradável.
O Sr. Presidente da Câmara fez-me este desafio no sentido de eu vir instalar a primeira empresa municipal toda ela ligada ao âmbito do desenvolvimento humano e da melhoria da qualidade de vida das populações.

Cávado Jornal: Aguardam-no responsabilidades acrescidas a vários níveis. Qual é a sua expectativa?
Dr. Manuel Barros: É um desafio aliciante. Já tive oportunidade de dizer na cerimónia de tomada de posse que se trata de um desafio que não é fácil.
Implica uma nova atitude ao nível da prestação de serviços municipais.
São áreas em que a atitude de negócio não tem estado presente ou seja, tem que se articular aquilo que é a vertente do negócio do trabalho da empresa sem perder a sua vertente social.
Vamos trabalhar no âmbito da intervenção da Câmara Municipal e por isso, tem que se articular um conjunto de sensibilidades importantes e que estão subjacentes ao trabalho da empresa.

Cávado Jornal: E o facto de ser a primeira?
Dr. Manuel Barros: Essa é de facto uma grande responsabilidade.

Cávado Jornal: Esta empresa municipal vai “gerir” algumas áreas fundamentais do concelho de Vila Verde nomeadamente a cultura e o turismo. Pretende dar uma maior visibilidade a estes sectores?
Dr. Manuel Barros: Sem dúvida nenhuma. O turismo ocupa no plano de desenvolvimento estratégico do concelho um lugar primordial.
É um objectivo prioritário da autarquia.
Vamos de facto tentar operacionalizar as políticas lançadas pela câmara a este nível.

Cávado Jornal: Como pretende concretizar esse objectivo?
Dr. Manuel Barros: Nomeadamente polarizando a iniciativa privada.
É fundamental existirem instituições e é por isso que o poder local criar estas empresas, que incentivem a capacidade empreendedora dos vilaverdenses.
Dentro das políticas lançadas pela câmara municipal vamos tentar polarizar a iniciativa privada para além de incentivarmos rotinas muito bem delineadas e estrategicamente bem sustentadas de promoção dos nossos produtos turísticos.

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A minha actividade será fundamentalmente técnica e profissional

Cávado Jornal: Como responde àqueles que consideram as empresas municipais apenas mais uma forma de criar cargos políticos?
Dr. Manuel Barros: Não entendo essas críticas.
Cargo político tinha eu quando estava na Assembleia Municipal. Agora, passo a ser um gestor. E foi nessa perspectiva que aceitei o convite porque a minha actividade na Empresa Municipal será fundamentalmente uma actividade técnica e profissional.
Nós apenas executamos e tentamos incutir nessa execução os princípios da eficiência, da eficácia e da economia. Fazer mais, melhor e mais barato.
Este sector é uma aposta de futuro. É um sector estratégico para o desenvolvimento local.
Aliás, pelos sinais que vem aí em termos de políticas de desenvolvimento e mesmo as políticas de descentralização das competências do poder central para o poder local.
A evolução que o próprio sector político municipal vai ter apesar de continuar a afirmar que nós não podemos negar o nosso pendor municipalista da nossa administração local ou nacional.
Somos de facto um país de pendor municipalista.
A prática e a acção das empresas são, sem dúvida nenhuma, técnica e profissional. É nesse sentido que eu aqui estou.
Existe efectivamente a questão da confiança política mas isso existe em todo o lado. Mesmo no sector privado os gestores são sempre da confiança do dono da empresa. Fonte Jornal Regional

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