Cabanelas: Construção de muro polémico



A construção de um muro de suporte de terras, no lugar do Cruto, freguesia de Cervães, que confina com os limites da localidade vizinha de Cabanelas, está a indignar alguns dos moradores da área. Um dos visados, Severino Gonçalves- proprietário de uma habitação do Grupo Foto Felicidade/Casa das Noivas, já fez chegar um ofício à Câmara Municipal de Vila Verde a solicitar o embargo da obra e a reposição de alguns estragos decorrentes da mesma… (A obra de construção do muro está a ser executada pela Junta de Freguesia de Cabanelas, o organismo mais visado pelas críticas dos moradores.
Na área envolvente ao local onde decorriam as obras (entretanto suspensas), ouve-se o protesto de alguns moradores que – em surdina – vão comentando o facto dos proprietários do terreno onde estão a ser sustidas as terras estarem a ser directamente beneficiados «às custas do erário público. Há tanta coisa mais importante para fazer e vão gastar tanto dinheiro nesta obra, para servir um só morador».Sempre sob anonimato, os moradores lembram que «estão a construir uma verdadeira fortificação. Até gostava de saber se também vão segurar as terras noutros lugares aqui à volta. É um desperdício». O único morador a dar a cara foi Severino Gonçalves, proprietário de uma habitação contígua àquela onde está a ser construído o muro de suporte, proprietário de uma habitação do Grupo Foto Felicidade/Casa das Noivas. Este fez uma exposição à Câmara Municipal de Vila Verde, a 19 de Dezembro do ano findo, depois de uma anterior exposição à Junta de Freguesia, a 04 de Novembro, que não mereceu qualquer resposta daquela autarquia. No ofício, Severino Gonçalves denuncia a existência de algumas ‘anormalidades’ no decurso da obra, que está em curso nas traseiras da sua habitação, em talude, com terrenos baldios da freguesia de Cabanelas. Este começa por referir que os alicerces ou fundações do alçado posterior do seu prédio «encontram-se edificados na crista do talude de protecção, sendo certo que, atentas as avantajadas dimensões daquele talude, os referidos alicerces não atingiram a totalidade da profundidade do talude».
Lembra que «a Junta de Freguesia de Cabanelas, só ou em parceria com os proprietários do prédio confinante, a saber, Manuel Domingos Carvalho e Maria de Jesus Veloso Vasconcelos, um muro de suporte de terras, com eliminação de parte dos taludes dos prédios vizinhos». Chega mesmo a sustentar que «pelo seguimento dos trabalhos, pretende prosseguir a obra até ao meu prédio». Na exposição feita aos serviços municipais, Severino Gonçalves alerta para o facto do muro poder vir a «tapar as janelas existentes no meu prédio, construídas há mais de 30 anos». Mais grave, no seu entender, foi verificar que «a passagem dos equipamentos utilizados para a execução da obra em apreço destruiu as condutas dos esgotos do nosso prédio e a destruição da fossa». Daí solicitar «o favor de mandar providenciar pela sua reparação e reabilitação». É claro ao afirmar que não pode permitir que a sua propriedade «sirva de suporte de terras, que seja posta em causa a segurança e estabilidade do meu prédio e as vistas das minhas janelas sejam interrompidas». Por fim, lamenta o silêncio da Junta de Freguesia de Cabanelas, dando conta de que enviou «um ofício, em 04/11/2005, dirigido à Junta de Freguesia de Cabanelas expondo esta situação preocupante, que foi por este organismo carimbado e, ao que parece, ignorado».) Quando instada a comentar este caso, a Junta de Freguesia de Cabanelas prefere remeter-se ao silêncio.
Fonte Voz do Neiva por Carlos Silva

0 comentários: