Vila Verde: Festa das Colheitas quer captar atenção de investidores





Na maior edição de sempre, com dez dias de duração, abriu ontem portas a XXIII Festa das Colheitas - Feira Mostra de Produtos Regionais, no Campo da Feira, em Vila Verde.

Para António Vilela, presidente da câmara de Vila Verde, “significa o crescimento claro em termos daquilo que é o espaço, mas também o crescimento de actividade que é possível inserir em dez dias e que já não conseguíamos fazer num único fim-de-semana. Cresceu no tempo, mas cresceu também em actividades, em iniciativas e em número de participantes e vai crescer com toda a certeza em número de visitantes”.
Assim ao longo de dez dias, Vila Verde vai exibir o melhor da ruralidade em gastronomia, artesanato, tradição e cultura, promovendo o regresso a uma agricultura familiar e a um comércio de proximidade. 

No discurso de abertura da feira mostra, o edil vilaverdense caracteriza esta edição com um conjunto de adjectivos: promoção, valorização, partilha, inovação e incubação. “Aquilo que fazemos aqui é a promoção dos nossos produtos e procuramos valorizá-los, criando-lhes valor acrescentado com a nossa capacidade de lhes dar mais valor e isso chamamos inovação e incubação”, realçando que neste espaço já surgiram ideias que se transformaram em projectos de referência local e nacional.
António Vilela salientou ainda as parcerias que Vila Verde tem vindo a desenvolver no domínio da agricultura e que têm permitido que o concelho seja uma referência a nível de projectos na agricultura. “Somos dos concelhos que mais jovens conseguiu captar para a agricultura. Criamos formas de agilizar que os projectos de desenvolvimento tenham tratamento especial”, apontou.
Aproveitando a presença do director regional de agricultur a, António Vilela lamentou alguns condicionalismos da lei que, por vezes, impedem a viabilização de muitos projectos agrícolas. “Temos que deixar o mundo do rural respirar e crescer, sem elementos condicionantes. A lei exige que as construções tenham de estar a uma distância de 50 metros do vizinho, no Minho nunca se mais se consegue construir coisa nenhuma porque não há propriedades, não há parcelas que tenham dimensão que consigam suportar qualquer construção”. 

Numa política de incentivo ao mundo rural, isentando os novos projectos de taxas municipais, o autarca de Vila Verde adiantouque o próximo passo passa por captar investimentos direccionados para a agro-indústria. 
“Temos muitos projectos agrícolas para produzir e agora temos de arranjar formas de escoar estes produtos e nesse sentido temos vindo captar a atenção de indústrias que possam fazer a transformação e comercialização desses mesmos produtos, como é o caso da nova indústria de queijos que se vai instalar em Gême”.
O presidente da ATAHCA -Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave - Mota Alves referiu que “a Festa das Colheitas de Vila Verde é um excelente exemplo a nível nacional de venda de vastos recursos associados à ruralidade, com uma só imagem, num só evento e a mesma filosofia: a promoção de uma agricultura familiar e de proximidade”. 
Uma visão partilhada pelo director regional de agricultura e Pescas, Mário Silva, que apontou a ‘Festa das Colheitas’ como um dos bons exemplos a nível nacional e tendo no horizonte o próximo quadro comunitário de apoio, reforçou a crescente necessidade de aproximar os produtores e consumidores dos produtos agrícolas produzidos localmente.

Fonte Correio do Minho por Isabel Vilhena

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