Vila Verde: Museu Regional da Gastronomia/Casa-Museu Abade de Priscos na agenda para consagrar "maravilha" (Via C.M.V.V.)



O Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Dr. António Vilela, manifestou, ao início da tarde de hoje (08 de Maio de 2011), a disponibilidade da autarquia em «mobilizar parcerias» em ordem à criação do Museu Regional da Gastronomia e/ou da Casa-Museu Abade de Priscos. O autarca falava na cerimónia de recepção da Confraria Gastronómica do Abade (de Priscos), nos Paços do Concelho, por altura da celebração do 4º Capítulo Entronização. A sessão ficaria, incontornavelmente, marcada pela escolha do Pudim Abade de Priscos como um dos 21 finalistas do concurso nacional das ‘7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal’, na categoria Doces.

«Vila Verde orgulha-se de ter sido um vilaverdense, o padre Manuel Joaquim Machado Rebelo, celebrizado – mais tarde – ‘Abade de Priscos’, a criar uma das maravilhas da nossa gastronomia», salientou o autarca de Vila Verde. Na óptica do Dr. António Vilela, «a gastronomia local/regional é uma das mais-valias para atracção de turistas ao concelho, mesmo à Região. O Município de Vila Verde lançou um estudo – que está a ser desenvolvido por uma importante e conhecida empresa internacional – para consolidar as bases do Plano Municipal de Desenvolvimento do Turismo e a gastronomia é apontado como um dos mais importantes factores de atracção turística. O pudim Abade de Priscos ganha agora ainda maior projecção e, se associado a outras maravilhas da nossa gastronomia e a outro produto único desta região (o vinho verde), temos argumentos fortes para chamar ainda mais turistas e outros públicos a este concelho e a esta região».

Perante cerca de meia centena de confrades, alguns provenientes de outras Confrarias Gastronómicas (Chanfana, Piriquita, Pão-de-ló), o Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde fez questão de sublinhar que «a gastronomia nacional é muito variada e rica. ‘É pela boca que morre o peixe’ – diz o adágio popular – e nós temos que saber valorizar este importante património todos os dias. Manter a sua qualidade e originalidade, sobretudo genuidade, e pô-la à disposição daqueles que nos visitam. Este é o vosso trabalho e sei que têm sido muito importantes neste domínio».

Em conclusão, referiu: «não se esqueçam de continuar a valorizar o nosso património gastronómico. Aí reside um dos mais importantes factores de atracção turística».
Já antes, o Dr. Agostinho Peixoto, na qualidade de confrade e Juiz da Confraria Gastronómica do Abade, havia focado a sua intervenção na importância de eleger o pudim Abade de Priscos como «o doce mais importante que temos em Portugal». Embora os adversários pela conquista do título nacional sejam de ‘peso’ (pastel de Belém e os pastéis de Tentúgal), o Dr. Agostinho Peixoto assegura que a Confraria vai «colocar o pudim Abade de Priscos no topo nacional».
Coube-lhe mesmo reiterar a vontade de criar o Museu Regional da Gastronomia e/ou da Casa-Museu Abade de Priscos. «A família já se manifestou disponível para ceder parte da quinta de Turiz para ali acolher este novo espaço», revelou.

Uma nota de destaque para a presença do Dr. Domingos Xavier, um estudioso do padre Manuel Joaquim Machado Rebelo, responsável pela edição de um livro sobre as origens vilaverdenses do Abade de Priscos.

Abade de Priscos ou de Turiz?

O Abade de Priscos, Mestre da Arte Culinária, não é mais que o padre Manuel Joaquim Machado Rebelo. Nasceu a 29 de Março de 1834, na freguesia de Santa Maria de Turiz, concelho de Vila Verde, e morreu a 24 de Setembro de 1930, com 96 anos. De acordo com a história, teve vários dotes artísticos: quando moço, revelou-se grande amador dramático e dedicou-se com paixão à fotografia, mas foi na Arte Culinária que atingiu o expoente máximo. O Abade Priscos foi um verdadeiro amador, aquele que ama, porém, a executar foi um completo profissional e capaz de dirigir qualquer cozinha, já que dominava totalmente a sua Arte, as técnicas eram precisas, tinha os seus segredos e sabia como ninguém fixar a mais típica e justa acentuação de paladar, que é, e será sempre, a marca soberana da origem. ‘Marca de origem’ que é, finalmente, o mais importante da nossa tradição culinária. Não serão tanto as receitas, mas aquela maneira muito nossa de preparar os pitéus com os nossos aromas e paladares, como só nós sabemos fazer (e que os estrangeiros, mesmo vivendo entre nós, nunca "afinam" totalmente). A sua arte deliciou e deslumbrou quem dela fruiu.
Cozinheiro-mor das melhores casas senhoriais e da própria Corte, o Abade de Priscos distinguiu-se pela criação de uma das 21 maravilhas da nossa gastronomia, o pudim Abade de Priscos. Aliás, um dos 3 doces maravilha da gastronomia de Portugal.

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