Sessenta anos depois, as populações das freguesias interiores dos concelhos de Vila Verde e Terras de Bouro regozijam-se com a abertura da ponte das Pesqueiras.
Ontem, os dois autarcas cortaram a fita a uma obra que custou mais de três milhões de euros, incluida no plano rodoviário nacional desde 1950, e que, por isso, "deveria ter sido assumida pelos governos deste país", desabafou o presidente da Câmara de Vila Verde, José Manuel Fernandes.
Em Valdreu, Vila Verde, não se falava de outra coisa: a nova ponte que vai permitir o desenvolvimento e a aproximação de gente do interior está aberta ao trânsito de peões e automóveis. "Eu nem quero acreditar. Fala-se disto há décadas", diz Manuel Pires, um dos habitantes. "Passaram-se anos sem que ninguém quisesse saber do interior. Agora temos esta prenda. E espero que não seja a única", diz outro morador.
O contentamento sobe de tom até pelas contingências da própria ponte: "A morte de dois trabalhadores e os enormes desafios em termos de engenharia que foram surgindo ao longo do percurso da sua construção fizeram temer que tudo isto ficasse em águas de bacalhau", recorda José Silva. Aliás, as memórias dos habitantes dão conta de várias mortes, em décadas passadas, de pessoas que atravessavam o rio para irem à feira em Terras de Bouro.
O presidente da Câmara de Vila Verde fala na "concretização de um sonho" que "muitas vozes críticas acharam não ser possível realizar." O autarca lembra que "esta deveria ter sido uma obra assumida pelos sucessivos governos e não foi. Deveriam ter vergonha, por isso!".
Na calha, está já a continuação da obra até ao concelho vizinho de Ponte de Lima: "Queremos agora desenvolver a estrada nacional até Portela do Vade e daqui até à Boalhosa em Ponte de Lima para dar acesso à auto-estrada".
Já o presidente da Câmara de Terras de Bouro, António Afonso, diz ser uma "obra de dois concelhos que se uniram com o objectivo de dar mais qualidade de vida às gentes do interior". O edil reforçou, assim, o exemplo de colaboração entre as duas autarquias. Fonte JN por Pedro Antunes Pereira
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