D. Antonino Dias, ainda bispo auxiliar auxiliar de Braga e, a partir do próximo dia 12, bispo da diocese de Portalegre e Castelo Branco, voltou, ontem, a criticar a atitude passiva dos políticos e governantes que assistem à degradação gradual da sociedade e dos valores cristãos, durante a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Alívio, Vila Verde.
Deveras preocupado com a situação das famílias do distrito bracarense, devido à crise económica que tem atirado milhares de pessoas para o desemprego, o bispo lançou, ontem, um novo repto aos ‘decisores’ para que combatam “a criminalidade impune, a insegurança e a falta de respeito pela vida, pelas pessoas e pelos seus bens”.
“A sociedade vive apreensiva, vive amedrontada e muitos ficam sem os seus bens e o seu património... E tudo se desculpa. Tudo se perdoa como se já pertencesse à normalidade do quotidiano. Até o noticiário parece já não ser um noticiário se não mostrar crimes”, criticou severamente.
Mais. O bispo alertou, ainda, para um outro flagelo social que é a “degradação do conceito de família”.
“É na família que prevalecem os valores de bem, é a família que determina a transmissão desses valores e que está na base de recuperação dessas regras de respeito mútuo”. Mas D. Antonino Dias advertiu: “há muitas vozes que se levantam contra a precaridade e instabilidade do emprego, mas não se ouvem ainda em defesa da família”.
Na homilia, o bispo recordou os ideiais de políticos como Desgasperi - antifascista e um dos fundadores da União Europeia UE) - e de Schuman - ex-ministro francês no pós II Guerra Mundial que esteve por detrás da CECA (Comunidade Europeia do Aço) - o organismo que antecedeu a UE - enaltecendo as suas ideologias em prol da união dos povos.
“Faltam hoje políticos como Thomas More (humanista inglês) com o seu sentido de equidade, de respeito e de justiça em relação aos mais fracos”.
Milhares em júbilo à Senhora do Alívio
Milhares de pessoas rumaram, ontem, até ao Santuário de Nossa Senhora do Alívio, Vila Verde. Muitos foram cumprir promessas antigas, outros foram para venerar, à procura de auxílio, à procura de paz interior.
Unidas por uma devoção contagiante, as duas procissões que reuniram as paróquias ao redor - uma saída de Vila Verde e outra de Soutelo - encontraram-se perto da cruz que enfrenta o Santuário do Alívio, onde uma multidão de fiéis já aguardava pela sua chegada.
Durante todo o percurso que os peregrinos percorreram, entoavam-se cânticos de júbilo e louvor à Senhora do Alívio - que foi recebida com uma salva de palmas à chegada ao recinto campal que circunda o santuário e onde todos, pude-ram assistir à missa, presidida por D. Antonino Dias, bispo auxiliar de Braga - que iniciou o novo ano pastoral, dedicado ao apóstolo S. Paulo.
Ali estava o casal Manuel Peixoto, 78 anos, e Maria Martins, 67 anos, de Loureira, Vila Verde. “Nós vimos cá todos os anos, pela devoção”, garantiram. Até porque “os filhos estão longe e há que pedir por eles, também”.
Mas há quem venha pedir pela saúde das crianças, ou pedir uma hora de alívio na hora do parto. Fonte Correio do Minho por Marta Caldeira
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