Minho: Descargas no rio Cávado preocupam associações de defesa do ambiente (via T.H.)

Ponte do Bico

Algumas associações de defesa do ambiente, que atuam na região, têm manifestado uma profunda preocupação e consternação perante aquilo a que chamam “atentados ambientais no Rio Cávado”. Nos últimos dias, a Associação Katavus tomou conhecimento através da internet e também via telefónica de ocorrências relacionadas com a poluição no rio Cávado. A primeira resultou da denúncia de um habitante que deu conta da descarga de uma matéria de cor branca e de mau cheiro através de um riacho situado próximo da ETAR localizada junto à Ponte do Bico. De acordo com o habitante, tal procedimento “danoso da qualidade da água, ocorre muitas vezes durante a noite”.

O foco poluidor resulta num líquido branco que sai de uma tubagem existente muito próximo da Mini-Hídrica da Ponte do Bico.

“Quando é que estas situações vergonhosas que estão a aniquilar o nosso rio terminam? Quando é que termina a impunidade dos malfeitores do nosso ambiente? Poderá ser quando nada restar”, entendem os responsáveis da Katavus.

De acordo com João Gomes, no local e sem agendamento prévio, os responsáveis da Katavus encontraram responsáveis da Agere e do Serviço de Proteção da Natureza da GNR. “Asseguraram-nos que já no ano passado se verificaram estas descargas. Na altura, as mesmas foram analisadas e concluíram que não haveria perigo para a saúde humana”, afirmou.

A Associação Defesa do Cávado é outro dos organismos que se tem manifestado atento a esta situação. De acordo com Pedro Viana, presidente da Associação, “as autoridades competentes já foram alertadas”. “A origem não é conhecida, mas o aspeto é assustador. A Associação Portuguesa do Ambiente já está a investigar”, adiantou. “A mim podem-me dizer o que quiserem, mas eu não entro naquela água, depois do que vi”, assegura este responsável, afirmando que estas ações são prejudiciais, “não só para a água, mas também para comerciantes de zonas de lazer e praias fluviais de Lago, Soutelo ou Prado”.

Pedro Viana explica que esta associação nasceu para identificar problemas relacionados com a poluição do rio e tornar mais eficaz a intervenção na resolução dos mesmos. “Além disso, queremos criar polos locais, que se comprometam a um acompanhamento mais localizado. No fundo, verificar as margens, denunciar descargas, promover o rio pela fauna e flora é o nosso objetivo. A ideia é alargar a associação a todos os concelhos da bacia do Cávado”, acrescentou.

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