Soutelo: Ameaça de insolvência paira sobre têxtil com 240 trabalhadores (via P.C.)


O futuro da têxtil Cofinca, em Vila Verde, que emprega cerca de 240 trabalhadores, "não se afigura nada risonho" e a insolvência parece ser o destino "cada vez mais inevitável", disse hoje à Lusa uma fonte sindical.

Segundo António Silva, do Sindicato dos Trabalhadores de Vestuário e Confeção Têxtil do Norte, a Cofinca ainda não pagou aos trabalhadores o subsídio de férias e de natal de 2012, devendo ainda o salário de abril e 40% do de março.

"E o mês de maio também está no fim e vai pelo mesmo caminho", acrescentou.

Os trabalhadores estavam desde o dia 20 a fazer uma greve parcial, que foi levantada na segunda-feira, depois de a administração ter garantido que até 14 de junho pagaria 60% de um salário.

"Disseram que têm em mãos uma importante encomenda de um cliente inglês, que poderá servir para pôr os salários em dia, e os trabalhadores decidiram dar-lhes mais este benefício da dúvida", disse ainda António Silva.

De acordo com o sindicalista, a empresa tem uma dívida que ascenderá a 6 milhões de euros, estando em curso um plano de revitalização especial (PER) que prevê duas saídas: a insolvência ou um despedimento coletivo de mais de 160 trabalhadores.

Para António Silva, o futuro "mais que provável" será a insolvência, porque "a empresa, se, como diz, não tem dinheiro, também não terá condições para fazer um despedimento coletivo".

"Não tem dinheiro, não tem património, as instalações são do banco. Há nuvens muito negras a pairar no horizonte próximo da Cofinca e dos seus trabalhadores", admitiu.

Lembrou que "já há muita gente que ali trabalha a passar mal", porque "são muitos salários em atraso" e "ao fim do mês, as contas para pagar não deixam de aparecer".

A Lusa tentou falar com a administração da empresa, mas até ao momento sem sucesso.

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