Portugal: Sem ver até Santiago de Compostela (via JN)



Pela primeira vez, os Caminhos Portugueses de Santiago foram percorridos por invisuais. Quatro cegos e dois amblíopes cruzaram o Minho, acompanhados de três cães-guias, até Compostela.

Uma prova de fé e de superação humana que não deixa indiferentes todos quantos presenciam a passagem. Os que veem. Todos os dias andam durante seis a sete horas, pernoitando nos 17 albergues que existem entre Porto e Santiago de Compostela. O hematoma na testa de Dolores é a exteriorização dos perigos que o caminho reserva, principalmente para quem não vê. "Caí, hoje de manhã", diz Lola (como é conhecida no grupo), logo revelando os medos da caminhada. "É muito perigoso por causa dos carros. Provoca-me muito stresse", confidencia. Tanka é a extensão dos seus sentidos: antevê os perigos e, numa calma pachorrenta, evita obstáculos, alertando a dona para o perigo. "Compreendemo-nos perfeitamente", dizia Lola, enquanto Tanka faz uma pausa para delimitar território.

Fonte JN por Pedro Vila-Chã

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