O mau tempo que se fez no passado dia 26 de Outubro fez estragos na região do Vale do Homem. Foram muitos os pedidos de ajuda que chegaram aos bombeiros dos concelhos de Amares, Vila Verde e Terras de Bouro. As chuvas intensas provocaram várias inundações, tendo também obrigado ao corte de estradas em Terras de Bouro.
As chuvas intensificaram-se com o aproximar do final da tarde do dia 26 de Outubro, e prolongaram-se durante as primeiras horas do dia 27. Em vários pontos dos três concelhos, viveram-se momentos de grande aflição. Aos Bombeiros Voluntários de Amares chegaram 14 pedidos de ajuda. Domingos Ferreira, adjunto de comando, destaca a situação vivida no Lar da 3ª idade de Lago, que ficou inundado. “As pessoas não preparam a chegada do Inverno, e as folhas vão caindo, as terras vão deslizando, e ninguém se preocupa. Depois, quando chove como desta vez, acontecem as inundações”, lamenta.
Ainda em Amares, na freguesia de Barreiros, os bombeiros foram chamados a socorreu “uma situação muito complicada”. Tratou-se de uma inundação na via pública que obrigou a uma intervenção de várias horas. “Estivemos junto à escola desde as 18h às 23h, e tivemos que pedir o apoio de uma máquina, porque as casas estavam a ficar todas inundadas”, refere.
BVVV na rua até às 3h
No quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, os pedidos de ajuda começaram a chegar às 18h. Susana Leandro diz que se trataram, principalmente, de inundações em caves.
Até às 3h do dia 27, os bombeiros foram chamados a Cervães, Cruz do Reguengo, Lugar de Murta, na Vila de Prado; ao Lugar da Igreja, em Geme; ao Lugar do Pomar, em Vilarinho; Lugar do Montinho, na Lage; ao Lugar da Cela, em Valdreu; à Rua Amaro da Costa, em Vila Verde; e a Atães.
Susana Leandro fala de um “número de ocorrências anormal, mas que se compreende um pouco por serem as primeiras chuvadas”. De acordo com este elemento dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, “devido aos incêndios, os montes estão com muita manta morta e as chuvas fortes arrastam muitos detritos que acabam por entupir os esgotos, originando este tipo de situação”.
Cripta de S. Bento inundada
No concelho de Terras de Bouro, “o excesso de água em muito pouco tempo deu origem a muitas inundações”. A explicação é dada pelo comandante dos bombeiros locais, José Dias que dá conta de “vários pedidos de ajuda vindos de muitos pontos do concelho”.
José Dias recorda a situação vivida na zona da sede do concelho, entre Terras de Bouro e Chamoim, onde a estrada nacional foi cortada várias vezes, “por excesso de terra e pelas águas que tornaram a via intransitável”. A estrada também esteve cortada junto ao Santuário do S. Bento da Porta Aberta, devido “à água, às pedras, madeiras e outros lixos trazidos pelas enxurradas”. “A situação complicou-se ainda mais com habitações a ficarem cheias de lama”, refere o comandante.
Em Vilar da Veiga houve deslizamento de terras, tal como em Valdozende; “situações de perigo muito eminente” que obrigaram à intervenção dos bombeiros.
Trabalhos de limpeza prolongaram-se
Os dias de sol que se seguiram foram “de muito trabalho” para a população e para os bombeiros. “Tivemos viaturas a fazer o transporte das terras acumuladas, e enviamos também um carro para ajudar na limpeza da cripta de S. Bento”, afirma José Dias. Por se encontrar numa zona mais baixa, a parte nova do santuário acabou ficar “cheia de terra e entulho”, e a operação de limpeza teve que se prolongar por vários dias.
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