A existência de esquemas de trabalho escravo promovido por “engajadores que alugam trabalhadores a empresas, como se fossem animais”, foi denunciada pelo coordenador da União dos Sindicatos de Braga, Adão Mendes, que relatou que um grupo de trabalhadores foi levado para Caldas da Rainha, para trabalhos de limpeza na linha de caminho de ferro.
O sindicalista denunciou pelo menos três “engajadores” que actuam nos concelhos de Barcelos e Vila Verde, no distrito de Braga, que “traficam os trabalhadores como escravos, mantendo-os isolados e longe das famílias durante uma ou mais semanas” em trabalhos de limpeza de bermas de estradas e vias-férreas nas zonas centro e sul.
Segundo Adão Mendes, as vítimas desta exploração de mão-de-obra, mais de uma dúzia, “são pessoas humildes com pouca formação e com algumas limitações na capacidade capacidade de perceber as coisas”. Segundo o sindicalista, os trabalhadores, angariados em freguesias rurais, são levados em carrinhas, à segunda-feira, dormem todos na mesma casa e à sexta-feira são transportados de regresso a casa.
As remunerações semanais rondam os 100 ou 150 euros, às vezes menos, “consoante a disposição do patrão”.
A Autoridade para as Condições de Trabalho e o Ministério Público vão receber a denúncia, já que os trabalhadores em causa serão contratados sem qualquer recibo ou documento que ateste o seu vínculo laboral.
O sindicalista garante que há autarquias que estão a recorrer a estes “engajadores” para prestarem serviço em alguns concelhos do país.
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