Braga: Dez postos para vigiar a floresta do distrito (Via Correio do Minho)



A partir de hoje, há mais 40 pares de olhos postos na floresta do distrito de Braga. São os elementos que ocupam os dez postos de vigia que estão operacionais até 30 de Setembro, em vários pontos estratégicos.

Munidos de rádio, mesa de ângulo e binóculos, cabe a estes vigias, de dia e de noite, dar o alerta e localizar qualquer ignição para uma primeira intervenção o mais atempada possível, mas acima de tudo acompanhar a evolução das ocorrências.

Isto porque para detectar as ignições os olhos são muito mais: qualquer cidadão tem o dever e a obrigação de dar o alerta e de estar atento ao que se passa na floresta que, afinal, é de todos. Quanto à rede de postos de vigia que, a partir de hoje, acolhe os 40 elementos que têm a missão de se revezar na vigilância da floresta, “ela pode e deve ser melhorada, nomeadamente com binóculos de longo alcance” reconhece o chefe da Secção do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) no Comando Territorial de Braga da GNR, capitão André Costa, entidade que tem a competência legal de coordenar a vigilância em matéria de defesa da floresta.

Este ano, foi preciso fazer arranjos em metade dos postos que foram vandalizados durante o tempo em que estiveram desactivados.

Clemente Pereira, de 52 anos, assume a tarefa de vigia pelo terceiro ano consecutivo. Residente em Vila Verde, é um dos quatro vigias do posto 28-02, na zona de Oural, em Vila Verde.
“Sempre gostei da floresta” assume Clemente Pereira, justificando a opção por este ‘emprego sazonal’ de vigia.

Clemente Pereira já perdeu a conta às ignições que já ‘avistou’, não só no concelho de Vila Verde, já que o posto de vigia alcança também Amares, Barcelos, Braga, Póvoa de Lanhoso, Viana do Castelo e Ponte da Barca. Neste trabalho solitário, é da noite que tem mais receio, mas a vontade de proteger a floresta é mais forte. André Pires é de outra geração, mas partilha o gosto pelo monte e o desejo de ser útil à sociedade.

Com 22 anos de idade e a duas semanas de se formar em Enfermagem, assume a função de vigia pela primeira vez.
“Muitas vezes, somos os primeiros a dar o alerta e, quanto mais cedo, maior é a probabilidade do incêndio não atingir grandes dimensões” aponta André Pires que vai ocupar o posto localizado em S. Gonçalo, freguesia de Fragoso, em Barcelos, e que é também voluntário nos Bombeiros de Barcelos.

Fonte Correio do Minho por Teresa M. Costa

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