Portugal: Artesanato pode atingir os 100 mil empregos (Via Correio do Minho)



Abílio Vilaça falava no anúncio dos vencedores dos prémios Inovarte — Concurso de Ideias Inovadoras, este ano dedicado ao Ano Internacional da Química.

O certame foi organizado pela Adere-Minho — Associação para o Desenvolvimento Regional do Minho, com apoio da delegação de Braga da Sociedade Portuguesa de Química.

Este organismo tem a seu cargo o XXII Encontro Nacional de Química, a decorrer em Braga entre os dias 3 a 6 de Junho (durante o qual as peças serão expostas).
O concurso contou com catorze concorrentes que apresentaram a concurso dezasseis trabalhos.

O presidente da Adere-Minho abriu a sessão de anúncio dos prémios referindo-se à questão da empregabilidade no artesanato. Segundo aquele responsável, é possível que o sector atinja no nosso país os 100 mil empregos.
Em França, adiantou, no ano 2010 o artesanato foi responsável pela facturação de 68 mil milhões de euros.

Microcrédito difícil e avanços na certificação

“Em Portugal está quase tudo por fazer”, considerou, lembrando, ainda assim, que estão a ser dados passos na certificação, sendo a maior parte dos produtos certificados originários da região minhota, como é o caso dos lenços de namorados de Vila Verde, os bordados de Guima-rães, o figurado e a olaria de Barcelos e para breve o início da comercialização, já certificado, dos bordados de Viana do Castelo. Por outro lado, aquele responsável aludiu às dificuldades que os empresários do artesanato estão a sentir para aceder ao microcrédito.

Einstein com Madame Curie em edição dedicada à química

A peça 'Einstein com Madame Curie', de Manuel Gonçalves Macedo, um figurado de autor, venceu a sexta edição do Inovarte.
Recorde-se que este ano celebra-se o centenário do prémio Nobel da Química atribuído a Marie Curie em 1911.

Nas posições imediatas colocaram-se as peças 'Experiência de Laboratório' do bracarense Manuel Ferreira Machado e 'A surpresa do fogo', da vimaranense Helena Isabel Almeida.
Há ainda menções honrosas, atribuídas a um lenço de namorados da vilaverdense Glória Barroso e peças escultóricas Rosário Abreu, de Barcelos e 'O inventor Químico', de Maria Helena Silva.

Este ano, em face do contexto de dificuldade económica, os prémios monetários apresentam valores reduzidos, realçou Teresa Costa, directora da Adere Minho, sublinhando, no entanto que não têm sido os valores as motivações maiores para os concorrentes aderirem à iniciativa.
O vencedor aufere 300 euros, cabendo 150€ ao segundo e 50€ ao terceiro prémio.

Professor de química elogia trabalho dos artesãos

João Paulo André, do Departamento de Química da Universidade do Minho e da delegação de Braga da Sociedade Portuguesa de Química, elogiou a qualidade das peças premiadas, destacando na primeira o rigor do detalhe na caracterização de Einstein (físico) e de Madame Curie (física e química) dois cientistas que de facto eram amigos e nos encontros internacionais mantinham contactos esporádicos.

Tanto nesta peça como na que se classificou em segunda posição, aquele docente de química destacou a investigação que as peças evidenciam no sentido de os artistas retratarem os químicos e os seus utensílios.
Quanto ao trabalho classificado em terceiro lugar, 'A surpresa do fogo', salientou que “isto é química”, vincando tratar-se de um trabalho produzido segundo a incerteza do resultado final, dependente da acção do fogo sobre a matéria. Os trabalhos concorrentes já se encontram em exposição no Centro de Apoio ao Artesanato do Minho, em Soutelo Vila Verde.

Fonte MaisFutebol por Rui Serapicos

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