Vila de Prado: Casal agride médico



Foi a confusão geral, com insultos e acusações contraditórias no interior da Extensão de Saúde de Prado, Vila Verde: um médico foi agredido e insultado por um casal, que não aceitou a recusa em ser imediatamente atendido pelo clínico, que se encontrava em período de consultas marcadas. Só a intervenção da GNR permitiu serenar os ânimos.

Os pacientes – que pretendiam apresentar uma carta de recomendação de um psiquiatra para a realização de uma TAC – irromperam intempestivamente pelo gabinete médico, na tarde de terça-feira. Depois de várias provocações, o clínico, que solicitou a imediata intervenção da GNR, acabou por ficar em tronco nu e sem óculos, queixando-se de ter sido agredido e insultado.

"Depois de entrarem contra as indicações que tinham sido dadas pela secretaria, o homem pôs os pés em cima da secretária e desafiou-me a tirá-lo dali, até que se virou a mim, agarrou-me os ombros com violência e arrancou-me a camisa quando eu recuei", descreveu ao CM o médico Maurício Esteves, que avançou com a queixa na GNR e participou o caso à direcção do Centro de Saúde de Vila Verde.

Só que o casal – Carlos e Felicidade Forte – resolveu contrapor com uma versão oposta e acusa o clínico de ter sido o primeiro a dar um murro nos pacientes, além de ter tirado a camisa. "As autoridades irão investigar, mas não tenho por hábito despir-me no consultório", reagiu o médico.

CLÍNICO "DEU COTOVELADA"

Felicidade Forte é proprietária de uma empresa têxtil de Cabanelas, Vila Verde, onde trabalha com o marido, Carlos, ex-combatente que está de baixa médica devido a forte depressão. A empresária reconhece o desespero pela saúde do marido. Mas nega atitudes ofensivas ou agressão ao médico Maurício Esteves, a quem acusa de os ter recebido de forma ostensiva e de ter agarrado Carlos pelo pescoço, que "ficou negro", além de lhe ter dado uma cotovelada. "O meu marido não levanta um pé e sou eu que tenho de lhe calçar as meias. Está com tonturas e, desde domingo, não se segura em pé", devido à depressão.

ATENDE UMA MÉDIA DE 30 DOENTES POR DIA

Maurício Esteves trabalha no Centro de Apoio a Toxicodependentes de Braga e exerce na Extensão de Prado à terça e quarta-feira, tendo uma média de 30 doentes por dia, da lista dos quase 4000 utentes sem médico de família. É neste grupo que se enquadra Carlos Freitas, que pretendia ontem entregar uma carta do médico do Hospital de Psiquiatria de Braga, a fim de obter o P1 para a realização de uma TAC. "Neguei-me a atendê-los entre as consultas, que estão marcadas há meses. Como não chegaram antes de começarem as consultas, atendia--os no final, mas eles não aceitaram, entraram no gabinete sem ordem e insistiram em provocar-me, até se virarem contra mim", lamentou o médico, frisando que nunca algo de semelhante lhe aconteceu em 28 anos de serviço. Fonte Correio da Manhã

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