Prado: Mancha negra no rio Cávado surge junto à Ponte de Prado


O alerta de que o rio Cávado pode estar a ser vítima de descargas poluentes foi lançado por alguns moradores de Prado, em Vila Verde. Uma vasta mancha, produto semelhante a gasóleo, foi avistada de cima da ponte no passado sábado. Ontem, a mancha era bem visível, sendo desconhecidas as características do produto bem como da sua origem.

O rio Cávado pode estar a ser vítima de descargas de produtos químicos e de esgotos. A denúncia foi feita por alguns moradores de Prado, local onde começaram a surgir, no passado sábado, vestígios de um produto semelhante a gasóleo.
As manchas foram vistas por alguns populares que, diariamente, passam a histórica ponte.
Não sabendo a origem da preocupante mancha, alguns habitantes tentaram identificar o produto. “As pessoas dizem que é algo semelhante a gasóleo, mas ainda não sabemos muito bem de que se trata”, diz um dos moradores.

Embora não se possa estabelecer um paralelismo directo em relação a ambas ocorrências, o certo é que já no sábado alguns frequentadores da praia fluvial do Faial se queixaram da existência de um produto “esquisito” que parecia estar “escondido na areia, vindo a ser constantemente libertado à medida que os banhistas enterravam os pés na areia. “Um amigo meu esteve no local e disse-me que à medida que andava pela água eram libertadas algumas bolinhas brancas”, explicou a mesma fonte.
Não querendo afirmar a origem das descargas, os habitantes levantam várias suspeitas, sendo as primeiras direccionadas à Estação de Tratamento de Águas Resíduais, em Palmeira.

No entanto, um dos moradores explica que o problema pode não ter origem na ETAR. “Há já muito tempo que no rio vão aparecendo sinais de poluição, nomeadamente quando chove muito, tal como aconteceu na passada semana”, diz, lembrando que há já vários anos que existe um problema com uma vala localizada nas imediações da Ponte de Prado que não tem ligação ao colector geral.
“Há uma caixa de saneamento instalada junto à Casa do Povo de Prado que, de vez em quando, esborda”, refere um dos populares. “Já comunicamos a situação à Câmara Municipal de Vila Verde mas ainda não foi resolvido o problema”, diz, revelando que a promessa de solucionar a questão estava agendada para Maio do ano passado, sendo adiada para Maio último. “Já estamos em Junho e nada foi feito”, diz.
No entanto, a mesma fonte revela que, nesta altura, a autarquia vilaverdense encontra-se a realizar obras de saneamento entre Prado e Marrancos, existindo a promessa de que, finalizado esse conjunto de intervenções, o problema possa ser resolvido.

“Problema não é novo”

A mesma fonte revela ainda que o problema de descargas para o rio Cávado “não é novo”. “Há algum tempo, veio cá o delegado de Saúde analisar a água, tendo concluído que esta tinham as condições mínimas de salubridade”, referindo ainda que as descargas de esgotos já aconteceram “variadas vezes”.
No entanto lembra que o rio Cávado necessita de alguém que o defenda. “Importa avaliar muito bem a missão da Associação de Defesa do Cávado. Os esgotos já invadiram o leito, agora aparecem outros produtos que nem sabemos os que é. Temos que resolver o problema o mais rápido possível para que o rio continue a ser o que sempre foi para estas localidades”, explica.
Para já, os moradores prometem voltar a alertar as autoridades, nomeadamente a Câmara Municipal de Vila Verde, para o sucedido, apelando ao apoio de todos os cidadãos na defesa do ambiente. Para isso, dão como exemplo o Club Náutico de Prado, associação desportiva que normalmente se assume como a primeira entidade a alertar para o que se vem passando no rio Cávado. Fonte Correio do Minho por Ricardo Vasconcelos

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