Pires
Nasceu da vontade e do amor aos animais de Argentina Vieira. Completou, no final de 2013, 15 anos de existência e de apoio aos animais e ao ambiente em Vila Verde.
Vive, atualmente, do trabalho e criatividade de dezenas de voluntários e da ajuda financeira prestada por centenas de rostos anónimos.
Só no ano transato, a Associação para a Defesas do Ambiente e dos Animais de Vila Verde (ADAAVV) entregou mais de 120 animais para adoção, um número verdadeira assinalável para a realidade local. Gere um canil municipal, após protocolo celebrado com o município, com capacidade para acolher algumas dezenas de animais. Cerca de 80% de todos os custos de manutenção do espaço são suportados pela associação. Desta forma, aquele espaço "não representa um encargo para a autarquia".
Neste momento equaciona-se a possível migração do canil para um espaço em Gême, por trás das oficinas da Câmara Municipal. Trata-se de um pavilhão com cerca de 200 metros quadrados que, asseguram os responsáveis da ADAAVV, “parece ter o tamanho suficiente para a Associação continuar com os seus trabalhos. “Como se pode constatar, este é um espaço já com alguns anos, não tem as melhores condições e, portanto, o ideal seria mudarmo-nos já este ano para novas instalações”, entendeu o presidente da ADAAVV, Carlos Diniz, referindo que “a nova nave dará para albergar cerca de 100 animais”.
A população média cuidada pelos voluntários desta Associação ronda os 60 cães. “Isto porque as nossas campanhas de adoção têm funcionado muito bem”, acrescenta Carlos Diniz, de imediato.
Neste momento, com a dinâmica que a ADAAVV conhece, muitos animais são entregues para adoção. Contudo, cada vez mais animais recebe também, fruto da maior visibilidade que tem. Como tal, torna-se difícil baixar a média de animais do canil.
Acolhimento, acomodação, cuidados de saúde e, ainda, a promoção de passeios com os animais são algumas das funções da Associação que, em apenas um ano, procedeu a uma grande transformação nas instalações onde opera.
Além disso, dinamizou diversas campanhas de adoção, campanhas de recolha de alimentos, ‘cãominhadas’ diversas, palestas nas escolas e, ainda, um concurso fotográfico. O ano de 2013 marcou, ainda, a concretização de uma parceria com a 'Ajuda a Cães - Europa eV', associação presidida por Michael Wernecke, que já visitou recentemente o município vilaverdense.
Em 2014, a Associação pretende, ainda, dar outro ênfase à parte ambiental.
Homenagem a Argentina Vieira
Na altura em que completou 15 anos de existência, a ADAAVV, através dos atuais dirigentes, começou por deixar, na sua página oficial do Facebook, uma homenagem a "uma mulher que foi extremamente importante" a Associação, Argentina Vieira ou Tininha, como era popularmente conhecida. "Fundou a ADAAVV há 15 anos atrás e, durante 14 anos, abdicou muito do seu tempo e vida pessoal para lutar pelo bem estar e comodidade dos animais, com os recursos que dispunha. Assumiu esta causa de corpo e alma. Faleceu, faz agora um ano. O seu projeto e luta não foram em vão, o legado foi passado e esta causa assumida por um novo grupo que dará continuidade à sua luta", defendem os atuais responsáveis da ADAAVV.
Carlos Diniz defende que, por isso, “não foi difícil dar continuidade ao trabalho começado por Argentina Vieira”. “Mais fácil se tornou, claro está, com a adesão de alguns voluntários. É um contributo muito importante”, acrescentou.
Voluntários são “fundamentais”
O trabalho voluntário é, de facto, fundamental para a Associação para a Defesas do Ambiente e dos Animais de Vila Verde. Atualmente, são cerca de 20 os voluntários que, semanal ou mensalmente, se deslocam ao canil para realizar as mais diversas funções. Limpeza do canil, campanhas de adoção, passeios com animais e visitar animais adotados são algumas das ‘missões’ das mãos amigas.
“São pessoas muito importantes para podermos concretizar campanhas de adoção, realizar trabalhos no canil, entre outras iniciativas. Alguns vêm cá semanalmente, outros mensalmente. Depende muito de pessoa para pessoa. Da nossa parte, todas as quintas-feiras enviamos emails aos voluntários a dar conta do programa de atividades para o final de semana”, explica Carlos Diniz.
Curiosamente, não existe um perfil tipo de voluntário. O único denominador comum é o gosto pelos animais. “Convém referir, porém, que, se temos milhões de portugueses a gostar de animais, temos apenas algumas dezenas capazes a fazer alguma coisa por eles. Infelizmente, a maior parte das pessoas não se envolve”, lamenta o presidente da ADAAV.
Carlos Diniz não tem dúvidas: a ADAAVV deve tudo “ao esforço e criatividade dos seus voluntários”. Garantindo que “não é nada fácil conseguir manter a associação em funcionamento e gerir o canil municipal”, o presidente da Associação para a Defesa de Animais e Ambiente de Vila Verde recorda, ainda, que os donativos financeiros e de ração das pessoas anónimas “são fundamentais”. “A Câmara Municipal também disponibiliza anualmente um auxílio financeiro”, acrescenta.
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