Vila Verde: Hospital do Sorriso em apoio dos mais carenciados e isolados (via Terras do Homem)



Depois do empenho na criação da Associação Portuguesa de Aromaterapia (APA), Raquel Costa, jovem homeopata e aromaterapeuta vilaverdense, está prestes a lançar, de Vila Verde para o país, o Hospital do Sorriso, um projeto que conta com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Verde e da Junta de Freguesia da Loureira.

Com esta iniciativa pretende-se criar um movimento, que contará com a colaboração de todos os terapeutas que têm acompanhado esta jovem empreendedora vilaverdense, que comece por trabalhar nas freguesias, de forma a auxiliar a população mais dependente e isolada, por intermédio de práticas clínicas à base de óleos essenciais.

“Até ao momento, já contamos com colaboradores até Coimbra, mas a ideia é alastrar a todo o país”, acrescentou Raquel Costa, mentora da Aromas Aqua Spa – conceito umbilicalmente ligado à empresa de sua autoria, ‘Aromas e Sentidos’, sediada bem no centro de Vila Verde.

Contextualizando, Raquel Costa começa por referir que a APA visa “regulamentar a aromaterapia, enquanto medicina natural, que utiliza óleos essenciais, exclusivamente biológicos”. “A Associação tem um objetivo científico e outro social. Na componente científica procurar-se-á aprofundar o estudo e a investigação sobre os óleos e publicar essa informação para que esteja à disposição das pessoas. Na vertente social, está inserida a criação do Hospital do Sorriso”, explicou.

Este será um hospital itinerante, que procurará “chegar a toda a gente, principalmente os mais carenciados e isolados, independentemente da idade que tenham”. “Não queremos uma estrutura fixa. Queremos trabalhar em colaboração com as freguesias para levar esta solução ao maior número de pessoas possível, de forma gratuita”, avançou Raquel Costa.

Para já, estas ações realizar-se-ão uma vez por mês, no primeiro domingo de cada mês, e inciar-se-ão em março. “Entretanto, quando aumentarmos o leque de terapeutas que estejam aptos a trabalhar junto da população, aí vamos conseguir estar mais vezes nas mesmas juntas de freguesia. De momento, vamos andar a saltar um pouco, de freguesia em freguesia”, adiantou.



“Óleos biológicos têm uma ação inteligente e funcionam como energia viva”



A aromaterapia consiste numa terapia à base dos aromas e que utiliza, como ‘ferramenta’ de tratamento, os óleos essenciais. “Basicamente, as plantas são destiladas para se obter os óleos. Trabalhamos unicamente com aromaterapia biológica, uma vez que apenas essa tem valor terapêutico medicinal. Não trabalhamos nunca com químicos, porque senão não aproveitamos as mais-valias das plantas”, explicou Raquel Costa, adiantando que esses óleos poderão ser utilizados no contacto direto com a pele, através de massagem, mas também por respiração. “Através da inalação, estes óleos entram no sistema límbico e percorrem o corpo todo. Têm uma ação inteligente, como eu costumo dizer, e funcionam como energia viva. Conseguem perceber o nosso sistema nervoso e percorrer o nosso corpo, identificando rapidamente o local da dor e atuando aí”, desenvolveu a terapeuta vilaverdense.

Por tudo isto, os óleos essenciais são um “excelente veículo” para tratar as pessoas. Mas, “não apenas na dor física”. “Podemos tratar doenças do foro nervoso, entre outros géneros de doenças. Por exemplo, numa depressão nervosa as pessoas costumam ingerir fármacos. Com os óleos essenciais, poderão descansar e dormir sem ter que recorrer aos químicos”, assegura Raquel Costa.

No fundo, podemos usar a aromaterapia em tudo. “Desde as cólicas ou alergias dos bebés, até ao último dia da nossa vida, podemos utilizar a aromaterapia em qualquer momento. Inclusive no foro oncológico. A árvore de chá, por exemplo, é muito importante para prevenir o cancro, porque estimula o sistema imunitário”, acrescentou a aromaterapeuta.



Da economia à medicina não convencional



Raquel Costa é licenciada em economia, mas cedo descobriu também a paixão pelos aromas. Do emprego numa perfumaria resultaria o fascínio pelos aromas e a curiosidade pelo contacto com os óleos essenciais, tentando perceber a verdadeira potencialidade dos mesmos. O tratamento “rápido” de uma doença, na primeira pessoa, foi o passo que Raquel Costa precisava para levar mais longe o estudo da aromaterapia. “Depois desta primeira experiência nasceu a paixão pela área e comecei a fazer formação”, contextualizou a jovem terapeuta vilaverdense.

Apesar de, no nosso país, ainda não existir legislação que regulamente a existência de cursos superiores destinados às medicinas alternativas ou não convencionais, Raquel Costa foi construindo a sua formação, começando por tirar o curso de homeopatia e especializando-se, depois, em técnicas de medicina chinesa e medicina tibetana, entre outras áreas. A sua paixão, dentro das medicinas naturais é, no entanto, a aromaterapia. “Uma das metas da APA é precisamente a de regulamentar a aromaterapia como uma disciplina do ensino superior ou mesmo como um curso”, acalenta Raquel Costa.



Palavra ‘crise’ não marca presença no quotidiano de uma pioneira



Representante da empresa francesa ‘Florame’, em Portugal, Raquel Costa lançou, já em 2004, as bases do seu próprio negócio, em Vila Verde. Apesar do período conturbado de crise, que afeta o país, esta empreendedora vilaverdense garante “nunca pensar” nas dificuldades. “O trabalho no campo faço-o com os meus terapeutas, e chego à conclusão que é um bom mercado porque conseguimos dar respostas em áreas, onde a medicina química não consegue”, afirmou.

Em Portugal, há algumas empresas a trabalhar a aromaterapia, mas nenhuma de forma biológica. Além disso, as empresas que operam neste setor, fazem-no apenas na vertente estética. Em termos clínicos, Raquel Costa é pioneira nas soluções apresentadas aos utentes, à base de óleos essenciais biológicos. “Eu utilizo os aromas em todos os tratamentos, quer sejam de natureza física, emocional ou neurológica”, garante a terapeuta.

Ou seja, uma simples secura na pele, pode dar origem a um tratamento que, à partida, pode parecer estético, mas que se prende com a componente clínica, uma vez que se irá à raiz do problema, tentando perceber qual o órgão ou o problema que originou a secura.

Quanto à crise, essa pode ser ultrapassada “se as pessoas tiverem força de vontade, autoestima e capacidade de inovação”. “E isso também se consegue cheirando os óleos essenciais”, garante a mentora da Aromas Aqua Spa.

Apesar das “importantes bases de economia, para alguém que gere uma empresa”, Raquel Costa garante que nem pensa na crise, dada a dedicação que tem à aromaterapia. E como não pensa na crise, não a sente.

Além disso, esta jovem professora, homeopata e aromaterapeuta conta, ainda, com o melhor veículo publicitário: as pessoas. “Cada pessoa que aqui é tratada passa a mensagem e traz novos pacientes. Nem preciso recorrer à publicidade”, desvenda.



Preconceito resulta da falta de conhecimento



A aromaterapia é, ainda, uma terapia que sofre de algum preconceito, no nosso país. Como quase todos os tipo de medicina não convencional, esta terapia é ‘esquecida’, pela “falta de informação” que existe na sociedade portuguesa.

Como combater esse preconceito? “Divulgando as soluções, com ações no terreno, junto do público”, entende Raquel Costa. No seu entender, o “contacto direto com a população é fundamental”. “Basta olhar para a população francesa que já recorre a este tipo de tratamento, numa elevada percentagem. Se estão constipados, vão à procura de um óleo essencial, por exemplo, de eucalipto”, desvenda, garantindo que Portugal até tem ótima matéria prima. “A ‘Florame’, por exemplo, comercializa o óleo de eucalipto, importado de Portugal, como sendo o melhor óleo de eucalipto do mundo”, contou a terapeuta, referindo ainda o alecrim.



Perfil



Raquel Costa nasceu a 23 de novembro de 1977, em Vila Verde, onde reside. O seu percurso escolar iniciou-o em Vila Verde, prosseguindo os estudos no Colégio D. Diogo de Sousa. Posteriormente, licenciou-se em Economia, na Universidade Lusíada, concluindo o curso com média de 15 valores. Entretanto, trabalhou nessa área, o que lhe permitiu continuar os estudos no período pós-laboral. No Instituto Português de Naturologia iniciou os estudos das medicinas alternativas, continuando com homeopatia, na Faculdade de Biomedicina. Na empresa ‘Florame’ conseguiu um aprofundamento essencial no ramo da aromaterapia. Atualmente, está a tirar medicina tibetana e desempenha as funções de aromaterapeuta, professora e homeopata.

É, ainda, fundadora da Escola de Aromaterapia.


1 comentários:

Albano Vingada disse...

Presisamos de seres humanos assim, sempre todos os dias. É por isso que cada vez mais gosto de ti.
Albano
vingada@gmail.com