Minho: "Falta de combustível" impede sapadores de Amares de combater fogo no Gerês (via RTP)



A falta de combustível para as viaturas impediu os sapadores da Associação Florestal do Cávado de participar no combate ao incêndio que desde segunda-feira ameaça o Parque Nacional Peneda Gerês, disse à Lusa fonte da AFC.

A fonte confirmou que os sapadores da associação foram chamados a intervir no incêndio que ainda lavra em Terras do Bouro mas que não puderam responder ao pedido de auxílio.

"Não há gasóleo para as viaturas se deslocarem ao local e muito menos para voltarem, embora os homens estejam todos disponíveis", explicou.

Segundo a mesma fonte, "ainda hoje uma viatura esteve parada na estrada, em Vila Verde, por falta de gasóleo para se deslocar", situação entretanto resolvida "em cima do joelho".

Em declarações à Agência Lusa, o responsável pela Autoridade Florestal Nacional (AFN) no distrito de Braga, António Vivas, afirmou que "a AFC está em incumprimento" com a instituição e que o "caso é grave".

António Vivas explicou que a AFN "paga por ano 35 mil euros" à associação de sapadores com sede em Amares para que esta "preste serviço público, seja de vigilância, combate ou limpeza" e que "está tudo em dia".

Este responsável confirmou à Lusa que o Centro Distrital de Operação e Socorro (CDOS) pediu, segunda-feira, "o auxílio de duas viaturas dos sapadores de Amares, por indicação da AFN, e que estas não avançaram por falta de combustível".

Esta situação, adiantou António Vivas, "já foi comunicada a quem de direito porque, a manterem-se, as consequências podem ser graves", já que "são menos seis equipas disponíveis no distrito neste momento".

A questão agrava-se pelo facto de, explicou, "os meios de combate a incêndios não estarem ainda ativos e esse combate estar a ser assegurado apenas pelas associações de voluntários e pelos grupos de intervenção da GNR".

Pelo que, garantiu, a "ajuda dos sapadores é fundamental" e o facto de estes homens não estarem operacionais "debilita todo o dispositivo de combate ao fogo e deita por terra qualquer plano de ação delineado".

Os cerca de 30 operacionais da Associação Florestal do Cávado manifestaram-se durante a semana passada por "falta de pagamento de salários e por falta de meios para trabalhar".

No entanto, adiantou à Lusa a referida fonte, "os salários foram posto em dia mas continua a não haver dinheiro para gasóleo nem para pagar a fornecedores de equipamento" pelo que estes homens continuam "sem poder trabalhar".

A Lusa tentou entrar em contacto com o presidente da direção da AFC, José Campelo, mas até ao momento não foi possível.

A AFC serve os municípios de Amares, Vila Verde, Terras do Bouro, Barcelos, Esposende e Braga tendo por principais funções a "limpeza de mato" e o "combate a fogos florestais".

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