Um mês depois da inauguração, o presidente da junta de freguesia de Prado mostra-se “desagradado com a forma como o processo da Loja Social está a ser conduzido” pelo município de Vila Verde. Paulo Gomes mostra-se “a favor de todas as iniciativas sociais” e lembra que a junta de freguesia “nunca, de forma alguma, se mostrou contra a abertura da loja social na Vila de Prado”. Mas, lamenta a falta de comunicação da parte da autarquia vilaverdense.
Em causa está, por exemplo, o facto da loja social estar aberta “duas tardes por semana”. Para Paulo Gomes “é inconcebível que uma loja social, nos tempos que vivemos, esteja aberta duas tardes por semana”. “Porquê tanto investimento, tanta importância quando, numa fase inicial, funciona nestes moldes?”, questiona. Para o presidente da junta de Prado, estas lojas poderão recorrer ao voluntariado, mas isso não é suficiente. “Estas lojas e as pessoas que lá trabalharem têm que ser responsabilizadas na sua gestão”, defende o autarca local. Por isso, recorda a proposta apresentada em Setembro, em Assembleia Municipal, que defendia que a gestão das lojas sociais deveria ser feita pelas juntas de freguesia ou, pelo menos, com a colaboração destas na questão do recrutamento das pessoas. Para Paulo Gomes, “quem trabalha nas lojas sociais, sendo num projecto de âmbito social, deve ser proveniente de planos ocupacionais ou contratos emprego inserção”.
A proposta foi, na altura, aprovada por unanimidade. “Desde então e até à abertura não houve qualquer comunicação entre a autarquia e a junta de Prado”, lamenta Paulo Gomes.
Junta disponível para colaborar
Sendo parte integrante da rede social do município, a Loja Social de Prado poderá assumir-se, no futuro, como ponto de distribuição para outras lojas que possam vir a existir. Mas este facto não impede que o presidente da junta de Prado defenda que “deveria haver uma comunicação mais estreita com a entidade que está localmente: a junta de freguesia”.
Como resposta à posição assumida, na imprensa local, pela autarquia de Vila Verde que entende que deveria ser a junta de freguesia a procurar envolvimento, Paulo Gomes contesta defendendo que “sendo este um projecto do município, deverá ser o município a procurar quem está no terreno, para lhes dar conta da forma de funcionamento, dos horários, e aferir da disponibilidade das entidades locais para colaborar”.
“A junta de freguesia de Prado não se identifica com o tipo de procedimentos adoptados”, diz. “Não quero ter protagonismo, nem tirar protagonismo a quem o quer ter. Quero acreditar que as coisas possam ser mudadas e que as pessoas pensem que em Prado há uma autarquia, há pessoas responsáveis, que querem ser colaborantes; trabalhar em parceria e em cooperação”, conclui.
A Loja Social
É a primeira Loja Social no concelho de Vila Verde. Foi inaugurada a 20 de Dezembro de 2011 e está situada na Avenida do Progresso, na Vila de Prado. Um espaço de recolha, tratamento, distribuição e apoio directo.
“Esta é uma porta aberta a todos, daqueles que praticam a solidariedade e dos que precisam da nossa solidariedade, do apoio alimentar ao vestuário, até ao fornecimento de materiais para auto-construção e mobiliário, entre outras práticas solidárias”, lembrou, na inauguração, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, António Vilela.
Vestuário, calçado e os bens alimentares dominam na primeira Loja Social, mas o apoio vai ser alargado a outras áreas, do fornecimento de materiais para auto-construção e mobiliário, entre outro tipo de apoio que algumas empresas, pessoas e famílias queiram juntar.
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