Vila Verde: Ex-operários da M&P criam nova empresa



20 trabalhadores da ex-empresa têxtil Menezes e Pacheco, de Vila Verde, meteram as mãos à obra e três meses depois criaram uma nova empresa e que já tem uma carteira de clientes para fazer face aos próximos meses.

Peixoto, Silva & Moreira. É assim que se chama a empresa que três ex-trabalhadores da Menezes e Pacheco, de Vila Verde, decidiram criar, no Lugar do Monte, em Pico de Regalados, e que usa o slogan "Força" como "grito de guerra". Alugaram uma ex-fábrica de estofos de automóveis e levaram com eles 17 colegas. O dinheiro saiu das indemnizações e de um donativo da Junta de Freguesia; os clientes eram "velhos conhecidos" da anterior empresa.

Em declarações exclusivas ao JN, os três sócios, que mais do que patrões são também eles trabalhadores, querem apenas "trabalhar, trabalhar, trabalhar" tendo em atenção que é fundamental cingirem-se "às despesas correntes e não pensar em grandes voos sem se estar bem enraizado como empresa num mundo de negócios que muda a cada palavra que se profere".

Com ideias bem definidas quanto ao futuro, os três sócios estão optimistas: "É necessário sermos positivos e viver positivamente, programar a médio prazo. Ninguém nos pode acusar de não termos tentado". Os trabalhadores que actualmente pertence à Peixoto, Silva & Moreira já se conhecem há muitos anos e, por isso, "foi difícil seleccionar porque "todos tinham uma qualidade de trabalho bem conhecida".

Numa altura que a crise do têxtil é apregoada todos os dias, a criação de uma nova empresa, que já tem encomendas até ao final do ano e contratos a serem estudados para todo o próximo ano, "é um passo arrojado" mas os três sócios sabem que não podem "usufruir de um porteiro, de um enorme e brilhante candelabro ou de um interior luxuoso".

Não acreditando muito na falência da fileira do têxtil, reconhecem que "é preciso ser prático e desenvolto" e que o trabalho "tem que ser feito por alguém, talvez pequenas empresas como a nossa que apenas trabalham e vivem do seu salário mensal." Deixando o aviso: "quando não dá para luxos, faz-se a vida à medida da carteira e nunca a carteira à nossa medida, caso contrário a falência é certa". Os responsáveis não esquecem que a empresa é criada numa zona do país "em que infelizmente não há nem abundam empregos quer sejam deste ou de outro sector para tantas pessoas que de um dia para o outro se vêm abraços com uma situação de desemprego", prometendo ir "até onde as encomendas, os clientes, os colaboradores, a sociedade em geral, deixar, contando com o esforço de cada membro para fazer face aos problemas actuais do sector". Fonte JN por Pedro Antunes Pereira

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