Lisboa: Galinhas pretas de Vila Verde na mesa do Tavares Rico, em Lisboa



Frangos biológicos de raças autóctones criados em Vila Verde, que estavam em vias de extinção, já têm marca registada e são servidos à mesa do restaurante Tavares Rico, em Lisboa.

"Desde que registamos a marca comercial 'pica no chão do Minho', a venda dos frangos biológicos de Vila Verde tem aumentado consideravelmente", disse à Lusa Alexandre Rebelo, presidente da Associação de Produtores Biológicos de Vila Verde. Apenas 14 produtores fazem parte da associação que tem regras "muito rigorosas na criação dos frangos de raça autóctone".

Típicas da região, as galinhas pretas e as galinhas de raça pedrês (quase em extinção) voltaram a ser criadas nos campos de Vila Verde e alimentando-se de erva e milho.

"A criação e registo da marca permitiu aos produtores e aos consumidores distinguir frangos de excelente qualidade que só são criados no Minho", frisou ainda Alexandre Rebelo.

Com uma capacidade semanal de venda de apenas 50 frangos, a distribuição é necessariamente pequena. O "pica no chão do Minho" apenas está à venda numa loja de produtos biológicos de Braga (Biobrassica) e pode ser consumido em dois restaurantes: O Tavares Rico, em Lisboa, e o Luena, em Vila Verde. Com 200 anos de existência, o restaurante Tavares Rico é um dos mais emblemáticos existentes em Portugal.

Ao saber da produção de frangos biológicos, foi o chefe José Avilez, responsável pelo Tavares Rico, a proceder à primeira encomenda de dez aves. "São impecáveis. Os frangos são mesmo muito bons", disse à Lusa José Avilez.

Sem cozinhar os frangos de moda tradicional e "inventando novos pratos", o chefe do restaurante Tavares, garante que a carne se distingue "sobretudo pelo excelente sabor".

Entre as regras do MBP - Modo de Produção Biológico, o destaque vai para a alimentação das aves e o espaço livre onde são criadas.

"Os frangos só podem ser abatidos após seis meses de vida mas, normalmente, são abatidos quando já têm nove meses", explicou Alexandre Rebelo. Para garantir a "qualidade", os frangos são abatidos no matadouro de Guimarães mas "no início da linha, antes dos frangos de aviário".

"Apresentamos uma candidatura ao programa Leader para a instalação de uma unidade de abate de baixa capacidade, no parque industrial de Geme, em Vila Verde, mas ainda não obtivemos resposta", disse Rebelo.

Com a nova unidade de abate, seria possível aumentar a produção de frangos e vende-los a um preço abaixo dos 20 euros, o preço actual. "Em Fevereiro de 2009, queremos pôr no mercado 150 aves por semana", frisou o responsável pela Associação de Produtores Biológicos de Vila Verde. O aumento terá que passar "sempre" pelo número de aves nascidas e não pela redução do tempo de criação.

"Os frangos tem que ser criados a milho e erva, pelo menos seis meses e nunca menos que isso", finalizou Alexandre Rebelo. Fonte Visão por Emília Monteiro


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