Vilarinho: Trabalhadores guardam fábrica dia e noite



Os trabalhadores da “Meneses & Pacheco Lda” estão à porta da fábrica, na freguesia de Vilarinho, em Vila Verde, e prometem não arredar pé para impedir que seja retirado qualquer bem ou equipamento da empresa têxtil.
A “Meneses & Pacheco” emprega 130 trabalhadores e está a ser alvo de uma venda judicial, cujo anúncio foi publicado faz hoje oito dias.
Desde essa altura que um dos gerentes, Bruno Pacheco, alega não ter condições para trabalhar se lhe retirarem as máquinas.
Mas o empresário não esperou pela concretização da venda judicial, marcada pa-ra 22 de Julho, e, anteontem ao final da tarde, os trabalhadores foram informados de que a empresa ia fechar.

O mensageiro foi o advogado que anunciou que na próxima terça-feira traria os impressos para quem optar pelo desemprego.
O advogado da empresa mostrou-lhes uma carta em que pede a sustação do processo executivo.
Os trabalhadores já andavam preocupados, desde que saíram as notícias sobre a execução da empresa por parte da Administração Fiscal e mais ainda ficaram quando alguns dos cheques do salário de Junho foram devolvidos, tendo ainda que suportar os custos da devolução.
Desde as 17H40 de sexta-feira, os trabalhadores, na sua maioria mulheres, revezam-se dia e noite à porta da empresa e aí vão permanecer, pelo menos até à próxima terça-feira, dia para que está agendada uma reunião com os sócios da empresa, Sindicato e banco.

Trabalho nunca faltou na ‘Meneses & Pacheco Lda’

Rosa Mota trabalha na “Meneses & Pacheco” há 16 anos, embora a empresa já tenha mudado de nome e de localização, depois de ter começado há cerca de 18 anos na garagem de uma habitação.
Esta trabalhadora, que ontem fazia piquete à porta da fábrica, contou que ela e outras já trabalharam muitas noites para lutar pelos postos de trabalho.
Rosa Mota garante que nunca faltou trabalho e que estão paradas, nas linhas de produção, encomendas desde que tiveram ordem para suspender o trabalho, anteontem.
Fátima Araújo está na empresa há 16 anos e também confirma que há traballho e “marcas boas” a encomendar.
As trabalhadores ontem concentradas à porta da fábrica são unânimes: “queremos trabalho, não queremos desemprego”.
Os trabalhadores já pediram a intervenção do sindicato do sector. Fonte Correio do Minho por Teresa Marques Costa

0 comentários: