Soutelo: Vivendas "trajadas" a rigor para este Natal


Já se sabia que o Natal é uma quadra em que naturalmente as pessoas iluminam as suas casas com aquelas típicas luzes coloridas. O que talvez será mais raro encontrar são pessoas, que movidas pelo particular encanto desta época, investem centenas de euros em adereços para tornarem o Natal mais colorido.
Nas várias localidades do Vale do Homem, são muitas as habitações que constituem um verdadeiro chamariz ao olho humano pelas cores que as revestem de cima a baixo, incluindo jardins, chafarizes ou pequenas árvores.
Portas, janelas, varandas, chaminés, tudo é decorável com estes pequenos pontos coloridos que nos fazem sentir ainda mais a época natalícia. A casa de Manuel Couto e da sua esposa, Maria da Glória é um destes exemplos. Quem de automóvel circule na estrada nacional que liga Vila Verde à variante de Soutelo, com acesso a Braga, não poderá jamais deixar de reparar, ao entrar na freguesia de Loureira, no esplendor de luzes que sobressaem.
Quando questionado acerca da sua paixão por este tipo de decoração, Manuel explica-nos que “há já três anos” que decora totalmente a sua casa, cá em Portugal. Emigrante há 35 anos, Manuel Couto salienta que “já em França participava em concursos do género”. “Lá cheguei a ganhar muitos prémios, não só pelos enfeites de Natal, mas também pela decoração do meu jardim” acrescentou.
Excêntricos” acharão uns, “de mau gosto” opinarão outros, o certo é que não há pensamento alheio que demova estas pessoas de iluminar o seu habitat com as cores típicas do Natal. O senhor Manuel é que não vai pelas opiniões vizinhas e acredita que na generalidade “as pessoas ficam apaixonadas com este espectáculo de cores”. “Ainda ontem, por perto das 22h30m, estavam aí algumas pessoas, que se encontravam de passagem, que pararam para filmar e que acharam curiosa toda esta decoração”, contava, orgulhoso pelo sucesso que o seu trabalho estava a ter.
A explicação para esta 'devoção' parece simples: “gosto de iluminar a casa toda porque me faz sentir ainda mais esta época de festas, sou um particular apreciador do Natal”, refere. “No meu entender, o Natal iluminado tem outro encanto”, acrescentou Manuel Couto. Nem mesmo a conta da luz, que neste mês dispara em relação ao consumo habitual, parece demover esta família de Loureira da sua tradição.
“No final deste mês são sempre perto de 650 euros só de luz, isto sem contar com os preços elevados das pequenas brincadeiras que aí tenho espalhadas pelo jardim”, afirmava Manuel Couto, sem com isso mostrar o mínimo sinal de arrependimento. Apesar das despesas anuais avultadas que esta família tem, com os artigos decorativos para embelezamento da frente da sua habitação, prometem-nos que “isto não irá ficar por aqui”.
Para colocar todos os anos as mesmas peças, ficava quieto. O objectivo é ir melhorando de ano para ano e acrescentando luzes e personagens ao jardim”, garantia-nos o senhor Manuel.
As personagens são várias: renas, anjos, presépios completos ou simples ‘pais Natal’ a baloiçarem são alguns dos pormenores que ajudam a tornar o jardim num local, no mínimo, diferente.
Quem parece não se importar é a sua esposa, Maria da Glória. “É um gosto que ele tem. Já em França ele era apaixonado por isto e tinha jeito para este tipo de coisas. E eu, claro, apoio-o porque também acho bonito”, garante.
Na freguesia de Soutelo, em Vila Verde, descobrimos outro exemplo de paixão pelas luzes de Natal, trata-se da casa de António Malheiro, também conhecido como o 'rei da música', por se tratar de um vendedor ambulante de discos, numa das conhecidas roulottes.
Em casa deste comerciante, quem trata da decoração das luzes de Natal é o filho, já que o pai resolveu “passar a pasta”. “O rapaz tem gosto nisto, já eu tinha, mas agora não tenho o mesmo tempo que tinha antes para o fazer, por isso ele trata disto”, explicava o comerciante. O ‘rei da música’ garante não ir em cantigas e nem mesmo as primeiras crítica o fizeram desistir da sua 'paixão'. “No início até me chamavam parolo por ter tanta iluminação, agora já há uns quantos que pegaram na mesma ideia. Mas, nesta zona, fui eu o primeiro” garante.
Nesta casa, existe a particularidade de irem sendo colocados novos adereços à medida que nos vamos estendendo pela quadra natalícia, passando pelo ano novo, até chegarmos ao dia de reis. “Ainda não está tudo colocado, até ao dia de reis estamos sempre a colocar novas luzes, porque tenho ainda mais iluminação que ainda irá vestir o jardim”, deixava em aberto o rei da música.
Nem mesmo o mau tempo parece ser motivo para recuar na decoração. “Este material não se estraga, veio chuva, vento, mas as luzes ainda piscam”, referia satisfeito com a resistência da iluminação às condições climatéricas. E os gastos? Nada que preocupe António Malheiro: “Não gastam quase nada porque são de baixo consumo, embora sejam caras a princípio”.
Estas são, no fundo, famílias que vivem o Natal de uma maneira muito particular e efusiva. Famílias que sentem, e fazem sentir, a magia desta quadra através das dezenas de cores e de luzes com que presenteiam os admiradores do sentimento natalício. Fonte Jornal Terras do Homem
Abaixo podem visualizar um vídeo com várias fotos de decoração Natalícia no Concelho de Vila Verde.

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