Atães: Heroísmo do agente Rui reconhecido pelo Governo


Rui Lemos foi ontem a enterrar no cemitério de Atães, perante mais de meio milhar de pessoas
O acto heróico do polícia Rui Lemos, que no domingo morreu em Lisboa ao salvar um jovem caído nos carris da linha ferroviária, foi ontem saudado de forma emotiva no funeral que teve lugar em Atães, Vila Verde, onde o agente vivia com a mulher e dois filhos menores.
Numa cerimónia participada por mais de meio milhar de pessoas, incluindo as mais altas patentes da PSP e da GNR, o secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, José Magalhães, sublinhou a grandeza do gesto de Rui Lemos, conforme fez questão de deixar expresso num documento entregue à mulher do polícia morto, Paula Cristina.“Apesar da consequência trágica, é um acto exemplar de grande significado ético, por parte de alguém que, na extensão do cumprimento do seu dever de polícia, arriscou a própria vida para ajudar uma pessoa em dificuldade”, sublinhou José Magalhães, justificando assim a atribuição de uma compensação à família de Rui Lemos, apesar da morte ter ocorrido fora do seu horário de serviço.O governante garantiu que assinou um despacho para a elaboração de um inquérito relativamente ao caso, apenas por se tratar de uma exigência legal, mas não tendo dúvidas quanto à atribuição de uma compensação à família, que deverá ter direito a um valor entre os 100 e os 150 mil euros, despesas de funeral e pensão de sangue, mensal, de cerca de 600 euros líquidos .Rui Miguel Brás Lemos, com 30 anos de idade, morreu domingo, vítima de atropelamento por um comboio que circulava no sentido Cais do Sodré. O acidente ocorreu por volta das 06h30, na Avenida 24 de Julho, em Lisboa, onde Rui Lemos se cruzou com o colega Bruno Oliveira (da PSP de Belém). Os dois agentes aperceberam-se que um jovem tinha tropeçado e caído em cima dos carris, ao tentar saltar a vedação de protecção da linha ferroviária. Acorreram a ajudar o jovem, mas foram surpreendidos pela locomotiva.Bruno Oliveira sofreu vários traumatismos, mas está livre de perigo. O jovem civil, de 23 anos, escapou do acidente com hematomas de pouca gravidade.
CERIMÓNIA
EXEMPLO
“Não há maior prova de amor do que dar a vida por outro”, sublinhou o padre Joaquim Filipe, numa cerimónia religiosa onde comparou o acto de Rui Lemos com o exemplo do Bom Mestre, Jesus Cristo.
TIROS DE SALVA
Uma salva de 18 tiros, a cargo de um destacamento do Corpo de Intervenção da PSP do Porto, acompanharam a descida à terra da urna de Rui Lemos, no cemitério de Atães.
COMANDOS
A cerimónia contou com a participação do Director Nacional da PSP e do Comandante da GNR na Região Norte, juntamente com os comandantes distritais da PSP de Braga, Porto, Aveiro e Lisboa, a par de dezenas de polícias e GNR. Fonte Correio da Manhã por Mário Fernandes

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