Julgamento: dois grupos espalharam o terror em Braga, Porto e Viana


Os tribunais de Famalicão e de Barcelos vão julgar, no início do próximo ano, 22 membros de dois gangs que ficaram conhecidos no Porto e no Minho por terem feito mais de centena e meia de assaltos.
Os bandos – os gangs do Norte e do Minho – actuavam em territórios próximos, usando da mesma violência para quem se lhes opunha, mesmo que fosse a GNR ou a PSP, sobre quem disparavam sem aviso prévio.
Os seus membros – disse ao Correio da Manhã fonte conhecedora dos processos – têm entre 20 e 35 anos e são geralmente homens desempregados que aspiram a uma vida faustosa, com bons carros, boas mulheres e muito dinheiro no bolso para frequentarem bons restaurantes e bons hotéis.No caso do ‘Gang do Minho’, o cabecilha era mesmo proprietário de um bar de prostituição sito no bairro das Enguardas, em plena cidade de Braga, e era nesse local que combinava os roubos a fazer durante a noite.O primeiro julgamento ocorre dia 12 de Janeiro em Famalicão e tem 13 arguidos do chamado ‘Gang do Norte’, detidos pela PJ-Porto por assaltos violentos, tentativas de homicídio, fogos postos e outros crimes na zona do Grande Porto, na Maia, na Trofa, em Famalicão e em vários bairros da cidade do Porto.Os roubos – que chegaram a ser seis em apenas uma noite – resultaram em prejuízos superiores a 500 mil euros para os comerciantes, dos quais apenas uma pequena parte foi recuperada.O gang desmantelado em Abril de 2004, era – segundo a PJ - “um grupo organizado, dotado de armamento, com uma grande mobilidade e amplitude de actuação, revelando elevado grau de perigosidade e de capacidade de dissimulação.”Na ocasião, a Judiciária do Porto apreendeu vários automóveis, caçadeiras, carabinas, pistolas, munições, gorros, luvas, ouro, artigos de joalharia, relógios e telemóveis.Os arguidos são, também, suspeitos de vários crimes de roubo e de resistência à autoridade com tentativa de homicídio, já que dispararam sobre a GNR e sobre alguns vizinhos das lojas assaltadas, que, de forma inadvertida, espreitavam à janela quando ouviam tiros na rua.Um dos crimes reporta a Abril de 2004, quando um bando de seis homens praticou assaltos em cinco localidades nortenhas, disparando para duas patrulhas da GNR e atingindo a tiro, com gravidade, um homem no concelho de Barcelos.O facto de andarem sempre armados, sobretudo com caçadeiras que roubavam em espingardarias da região causou grandes preocupações às autoridades.É que, em cerca de um terço dos 150 assaltos que são imputados a estes dois gangs, houve tiroteio. Algumas vezes foi para as janelas dos prédios, para assustar quem espreitava à janela, mas na maioria dos casos foi contra a GNR.O julgamento de Famalicão, devido ao grande número de arguidos e testemunhas, deve ter lugar no ginásio dos Bombeiros Voluntários.
60 ATAQUES EM TRÊS MESES
No Ministério Público está em fase de acusação o processo do ‘Gang do Minho’, com nove membros, desmantelado em Maio do ano passado pela PJ/Braga. Este gang protagonizou mais de sessenta assaltos nos primeiros três meses de 2004, nos distritos de Braga e Viana do Castelo. Os nove elementos, incluindo o receptador, foram detidos em Braga, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Famalicão e Trofa. A PJ considera que o grupo é responsável por 95 por cento dos assaltos realizados a ourivesarias, lojas de telemóveis, de informática e de ferramentas da região do Minho, no primeiro trimestre do ano passado. Os arguidos estão indiciados por vários crimes de roubo e tentativa de homicídio. Fonte Correio da Manhã

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